Fluxo intenso de capital estrangeiro dificulta combate à inflação, diz Tombini

05/05/2011 - 12h54

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A maior intensidade da entrada de capital estrangeiro no Brasil traz desafios no combate à inflação, na avaliação do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que participa de audiência pública na Câmara dos Deputados. Para o presidente do BC, o fluxo intenso de capital para o Brasil serve de “combustível” para a expansão rápida do crédito, em um momento em que é necessário o crescimento moderado.

Tombini disse que o aumento intenso da entrada de capital também gera impactos nos preços de ativos e no câmbio. Ele enfatizou, entretanto, que o Brasil precisa de investimentos estrangeiros e está aberto ao capital externo, mas é preciso atenção quanto à intensidade.

O presidente do BC lembrou que o governo adotou medidas macroprudenciais para “ponderar, reduzir” esse fluxo de entrada de capital estrangeiro. Segundo Tombini, a definição de uma “quarentena [prazo limite entre a entrada e a saída de recursos, para que possa haver ganhos de rentabilidade] não está no radar do Banco Central”.

Ele destacou ainda que os preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) agrícolas e do petróleo também têm estimulado a inflação no Brasil.

Tombini reforçou que, mesmo com o “forte aumento dos preços das commodities”, o BC mantém o objetivo de fazer a inflação convergir para a meta, que é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A expectativa do mercado financeiro para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano está em 6,37%, acima do centro da meta.

Edição: Juliana Andrade // Alterada para acréscimo de informação