Unidade de Polícia Pacificadora do Morro de São Carlos terá 250 policiais

17/05/2011 - 15h14

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, inaugurou na manhã de hoje (17) a 17ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do estado. Localizada no Morro de São Carlos, na zona norte da capital fluminense, a unidade vai atender a uma população de aproximadamente 17 mil moradores do local e de comunidades vizinhas, como Mineira, Zinco e Querosene.

A unidade conta com um efetivo de 250 policiais, entre eles, 51 mulheres, o que corresponde ao maior efetivo de policiais femininas de uma UPP. Outra novidade é que, pela primeira vez, as equipes vão trabalhar com armas não letais, doadas pelo Ministério da Justiça (MJ). Ao todo, foram entregues 315 armas, conhecidas como taser. Parte delas será distribuída a outras UPPs do estado.

De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que também participou da inauguração, o objetivo do uso desses equipamentos é introduzir um novo conceito de segurança pública.

“É a primeira polícia que recebe essas armas do ministério, justamente nessa nova cultura de paz, nessa nova filosofia de segurança pública. E o Rio de Janeiro tem um papel muito importante nessa luta contra a violência contra o crime organizado. Simbolicamente o Rio hoje é um marco contra a violência”, destacou.

Segundo o MJ, as armas liberam um choque elétrico que paralisa os músculos de quem recebe a carga, sendo indicadas quando há necessidade de imobilizar o agressor sem colocar a vida da pessoa em risco.

O capitão Luiz Piedade, comandante da nova UPP, destacou que os policiais que atuarão na comunidade estão aptos a utilizar os equipamentos.

“O destaque do grupamento passou por um treinamento de três a sete dias no Batalhão de Operações Especiais e no Batalhão de Choque e todos estão habilitados a usar essas armas”, enfatizou.

Ele também ressaltou que a instalação da UPP na região vai abrir portas para a chegada de outros serviços, além da segurança, como infraestrutura e educação. Para Piedade, o apoio da população será fundamental para o trabalho dos policiais.

“O objetivo não é acabar de vez com o tráfico de drogas, mas vamos combatê-lo. Para isso, precisamos da ajuda dos moradores, que podem nos procurar sempre que tiverem informações e nós vamos ouvi-los", disse.

O porteiro José Claudio Nunes, morador da comunidade há 19 anos, disse que a situação no local está mais tranquila desde que a polícia chegou. Segundo ele, os moradores agora têm a expectativa de ver o que vai mudar de fato no dia a dia da região.

"Agora vamos ver o outro lado da moeda. Já sabemos como era viver sob o domínio dos traficantes, vamos ver como vai ser com a polícia. Pelo menos até agora está mais tranquilo, sem o medo de ser atingido por uma bala perdida durante guerra de facções rivais", avaliou.

A região onde se localiza a UPP do Morro de São Carlos foi ocupada pela polícia no início de fevereiro. De acordo com o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, até 2014 o governo pretende pacificar 40 comunidades.

 

Edição: Lílian Beraldo