Mantega pede que emergentes tenham peso maior na escolha do novo diretor-gerente do FMI

18/05/2011 - 21h17

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O novo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ser escolhido com base no mérito e ter o nome aprovado pelos países do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, reivindicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em carta aos ministros de Finanças do G20, divulgada no início da noite de hoje (18), Mantega pediu que a sucessão no FMI sirva de estímulo à reforma institucional do organismo internacional.

Para o ministro, o novo diretor do FMI não deve ser exclusivamente europeu. “O Brasil sempre apoiou a posição de que a seleção deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade. Já se passou o tempo em que poderia ser remotamente apropriado reservar esse importante cargo para um cidadão europeu”, escreveu Mantega.

Mantega pediu ainda que os países emergentes, com maior voz no G20, tenham peso na escolha, em vez do G7, grupo que reúne as sete maiores economias do mundo e é constituído apenas de países desenvolvidos. “Também já se passou o tempo em que algumas decisões podiam ser tomadas por um grupo exclusivo de países, como o G7. O G20 já substituiu o G7 como principal fórum para a cooperação econômica internacional”, informou o texto.

Apesar de se pronunciar sobre a substituição no organismo internacional, o ministro da Fazenda ressaltou que o diretor-gerente do FMI ainda não renunciou ou foi demitido. Mantega reconheceu a gravidade da situação, mas pediu que Strauss-Kahn tenha amplo direito à defesa e pediu cuidado na análise das acusações.

Na carta, Mantega elogiou a gestão de Strauss-Kahn no comando do FMI, principalmente os avanços obtidos pelos países emergentes. “O diretor-gerente também contribuiu para a reforma do fundo, reconhecendo que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento precisam ter maior peso nas decisões do FMI, em linha com sua crescente participação na economia mundial”, declarou o ministro no texto.

Desde domingo (15), Strauss-Kahn está preso em Nova York depois de se envolver em um escândalo sexual. Ele é acusado de ter violado uma camareira num hotel na cidade norte-americana.
 

 

Edição: Rivadavia Severo