Chanceler apoia manifestações pacíficas na África e diz que Brasil se dispõe a ajudar

25/05/2011 - 14h51

Roberta Lopes e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reiterou hoje (25) o direito à liberdade de expressão e manifestação no mundo. A afirmação foi uma referência direta aos protestos nos países do Norte da África, como a Líbia, a Tunísia e o Egito. Patriota afirmou que o Brasil se coloca à disposição para cooperar com os líderes políticos dessa região na consolidação do sistema democrático.

O Brasil defende o direito de manifestação pacífica”, disse o chanceler durante a celebração do Dia da África, no Itamaraty, na presença de embaixadores brasileiros e estrangeiros. “O Brasil tem interesse em cooperar com os países do Norte da África da maneira mais adequada para cada país.”

Na Líbia, a crise se agravou a partir de meados de março quando as forças militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) passaram a bombardear o país. Os bombardeios foram autorizados pelas Nações Unidas sob a alegação que o governo de Muammar Khadafi oprime e trata com violência a população civil.

Na Tunísia e no Egito, as manifestações populares provocaram as renúncias dos então presidentes tunisiano BenAli e egípcio Hosni Mubarak. Ambos foram acusados de corrupção, violação de direitos humanos e repressão às liberdades.

Ao discursar para os representantes africanos no Brasil, Patriota ratificou os laços que unem o Brasil à África. “O Brasil quer continuar sendo percebido como um amigo dos países africanos”, disse. Segundo ele, o governo brasileiro mantém 37 embaixadas em países africanos e há 17 representações africanas em Brasília. “O governo Dilma [Rousseff] quer ter uma cooperação inovadora e criativa com os países africanos.”

Tradicionalmente, o Brasil mantém parcerias com os africanos nas áreas de desenvolvimento de projetos agrícolas, de telecomunicações, bancária, além de saúde e educação. Patriota afirmou também que a prioridade será intensificar as parcerias para o combate e tratamento da aids e da anemia falciforme.

Atualmente, o comércio do Brasil com os países africanos movimenta cerca de US$ 25, 9 bilhões, de acordo com dados de 2008. Em geral, as empresas brasileiras investem principalmente nos setores de mineração e construção civil. “Anteriormente os africanos vinham para o Brasil para trabalhar como escravos e hoje assistimos a um movimento oposto: os brasileiros têm ido trabalhar em países africanos como parceiros”, disse o embaixador do Zimbábue no Brasil, Thomas Bvuma.

Edição: Talita Cavalcante