Mercadante quer recursos de fundo do Mercosul para projetos de ciência, tecnologia e inovação

25/07/2011 - 18h37

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Brasil quer fazer parcerias com o Uruguai para expandir as redes de banda larga destinadas à transmissão de dados de estudos científicos e tecnológicos, tais como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), além de criar um centro binacional para produzir software livre (com a formação de recursos humanos) e um centro binacional de doenças tropicais.

A afirmação é do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que está em Montevidéu participando do Encontro Documental de Televisões Latino-Americanas e do seminário Diálogo Brasil-Uruguai em Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura. Segundo o ministro, a intenção é usar o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) em pesquisa e desenvolvimento.

Mercadante lembra que o Focem é redistributivo e inversamente proporcional ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita de cada país do bloco. O Brasil, que tem a economia mais forte entre os parceiros do Mercosul, recebe menos. Para os três próximos anos, o Uruguai terá US$ 140 milhões do Focem. No total, o Focem terá US$ 1 bilhão até 2016.

“A estrada do futuro é a internet”, disse Mercadante defendendo o uso de recursos para ciência e tecnologia. O Uruguai já concluiu a inclusão digital de todas as escolas públicas e distribuiu um computador portátil para cada aluno. O país vizinho também participa do projeto Mercosul Digital, para criação de protocolos e procedimentos para estimular comércio digital na internet para pequenas e médias empresas, por isso o Brasil o considera um parceiro estratégico nessa área.

O ministro avalia que é hora de se desenvolver projetos de ciência e tecnologia, que integrem cadeias produtivas e que reduzam as desigualdades e assimetrias no Mercosul, a exemplo do que já foi feito na União Européia. Mercadante sugeriu que o Mercosul aproveite a integração para estruturar sua indústria de medicamentos. “Queremos uma integração, no futuro, em áreas mais estratégicas, como fármacos e saúde pública”.

“Nós precisamos de parcerias para internacionalizar a ciência, para tocar experiências de tecnologia, para criar patentes, para regulação na área de fármacos, para desenvolver os genéricos”, acrescentou o ministro, em conversa por telefone com a Agência Brasil. Como o Brasil, o Uruguai e também a Argentina e o Paraguai são extremamente dependentes do fornecimento estrangeiro de matéria-prima para produção de medicamentos e de equipamentos clínicos.

Edição: Lana Cristina