Conselho de Segurança da ONU condena violência na Síria, mas afasta hipótese de intervenção externa

03/08/2011 - 19h08

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje (3) declaração presidencial que condena a violência na Síria e faz uma série de recomendações ao governo do presidente Bashar Al Assad. Em oito itens, a ONU apela para que o governo sírio acabe com a retaliação aos opositores do regime, garanta os direitos fundamentais e permita o acesso das agências humanitárias à região. Segundo a comunidade internacional, só a uma resolução política interna, sem intervenção externa, solucionará o impasse.

“[O Conselho de Segurança] condena as violações generalizadas de direitos humanos e o uso da força pelas autoridades contra civis”, diz o primeiro item da declaração presidencial.

Em seguida, o texto informa que “[o Conselho de Segurança] reafirma seu comprometimento com a soberania, a independência e a integridade territorial da Síria". Enfatiza que a única solução para a atual crise virá por meio de um processo político inclusivo, conduzido pelos sírios", e que garanta "o pleno exercício das liberdades fundamentais de toda a poppulação, inclusive de expressão e associação”.

Os 15 integrantes do Conselho de Segurança negociaram os termos do acordo desde de ontem (2). Brasil, Rússia e China rejeitavam quaisquer iniciativas de ingerência, intervenção ou sanção ao regime de Al Assad. Porém, o governo brasileiro defendeu a necessidade de cobrar o fim da violência patrocinada pelo governo da Síria.

A declaração presidencial é avaliada, no campo político e diplomático, como uma espécie de alerta ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. O texto negociado prevê a condenação da violência, um apelo em favor da execução de reformas e a defesa das liberdades fundamentais.

A situação na Síria se agravou no último fim de semana quando, segundo organizações não governamentais, mais de 140 pessoas foram mortas por forças ligadas ao governo. Hoje, tanques militares se posicionaram nas principais cidades sírias. Há informações de uso de violência e pressão contra civis.

Edição: Vinicius Doria