Fiesp lança campanha contra renovação sem licitação das concessões de energia elétrica

15/08/2011 - 17h39

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou hoje (15), durante o 12º Encontro Internacional de Energia, na capital paulista, a campanha Energia a Preço Justo, que tem o objetivo de mobilizar a população contra a renovação sem licitação das concessões das empresas de energia elétrica. De acordo com a Fiesp, a Constituição exige que sejam feitos leilões para a renovação desses contratos, o que beneficiaria os consumidores, pois o preço da energia cairia.

Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a economia para os consumidores poderia chegar a R$ 918 bilhões em 30 anos, com a realização de leilões para os contratos que vencerão em 2015. Para Skaf, o Brasil tem o privilégio de ter 80% de sua matriz energética baseada na hidreletricidade. “As hidrelétricas são a forma mais barata do mundo de se gerar energia, mas enquanto nós geramos energia ao menor custo do mundo, o preço para o consumidor brasileiro está entre os três mais caros do mundo”.

Skaf disse que a oportunidade de começar a resolver esse problema está em 2015, ano em que vencem as concessões das usinas. Essas mesmas concessões já foram prorrogadas em 1995 por 20 anos, sendo que já haviam ganhado a concessão anterior por 30 anos. “A média de idade dessas concessões é 56 anos. Como essas usinas já foram construídas, amortizadas e o caro na hidreletricidade não é a manutenção. Essas usinas em média estão com cobrando R$ 90 o megawatt-hora [MWh]”. A manutenção, segundo ele, gira em torno de R$ 6,80 por MWh.

O presidente da Fiesp, disse que se a lei for cumprida, nos novos leilões as empresas vão entrar na disputa para ganhar com o menor preço possível. “Com a usina pronta, nós estimamos que o preço do MWh poderia cair dos atuais R$ 90 para os R$ 20 esse valor representa o cálculo matemático das usinas que foram recentemente leiloadas”.

Skaf disse que a Fiesp defende a segurança jurídica e que a lei determina leilões. “Por meio deles é a única forma transparente e correta de conhecer o menor preço, porque é tudo na concorrência. O leilão a preço, a redução tem que ser transformada em redução de preço a todos os consumidores”.

De acordo com Skaf, o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já deveriam estar tomando as providências para fazer os leilões.

 

Edição: Rivadavia Severo