Operários da Usina Hidrelétrica Santo Antônio paralisam trabalho

28/10/2011 - 17h52

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os operários da Usina Hidrelétrica Santo Antônio paralisaram o trabalho hoje (28) para protestar contra a redução da jornada de trabalho e contra o corte de horas extras no final de semana. Eles alegam que as mudanças foram feitas sem consultar os funcionários. Um dos ônibus usados para o transporte dos operários foi incendiado, mas ninguém ficou ferido e não houve mais atos de violência.

De acordo com o advogado do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia (Sticcero), Flávio Orlando, os protestos começaram hoje de manhã, quando cerca de 500 trabalhadores do turno da noite decidiram protestar contra a redução da jornada de trabalho. “Desde o começo da obra, eles entram às 17h30 e saem às 3h. Sem uma conversa prévia com o sindicato, esse horário mudou para as 18h30, com desconto do salário”, explicou o advogado. Os outros funcionários do turno diurno ficaram com receio de voltar para o canteiro de obras e também não trabalharam hoje.

Outra alteração que foi alvo dos protestos é o corte de horas extras de trabalho no sábado e no domingo, o que indignou trabalhadores que já contavam com o dinheiro no final do mês. Eles reclamam que a empresa poderia ter comunicado a mudança e dado um prazo para que os operários se adaptassem.

De acordo com Flávio Orlando, o protesto acabou evidenciando outras insatisfações, como a promoção não remunerada de alguns trabalhadores. “Alguns chegaram aqui como pedreiros, e depois foram evoluindo para outras funções, mas não ganham mais por isso”.

O advogado também afirmou que alguns trabalhadores que não são de Rondônia reclamam por não terem passagens para visitar a família, uma vez que vieram por conta própria. Esses funcionários não foram contemplados pelo acordo coletivo que liberou o pagamento de passagem para quem foi recrutado em seus estados.

Uma reunião entre o sindicato e os representantes do consórcio deve ocorrer amanhã para discutir a pauta de reivindicações. Na próxima segunda-feira (31), os trabalhadores farão assembleia para avaliar a situação.
 

Edição: Rivadavia Severo