Governo vai fazer parcerias com as prefeituras para acelerar construção de creches no país, diz Mercadante

07/02/2012 - 18h15

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse hoje (7) que o governo vai trabalhar em parceria com as prefeituras para acelerar o ritmo de construção de creches e pré-escolas no país. Segundo ele, a maior dificuldade não está na liberação de recursos, mas na demora para a construção das novas escolas. “Estamos buscando novos métodos de construção, mais modernos com custos competitivos para acelerar a construção das creches”.

O ministro estima que o tempo de construção de uma creche, que hoje é de cerca de dois anos, mais seis meses de licitação, caia para seis meses no total. A contratação da empresa responsável pela construção deverá ser feita por adesão a uma ata de preços, o que dispensa a licitação. O novo método, que ainda está sendo estudado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da educação (FNDE), deve começar a ser implementado a partir do segundo semestre deste ano. A meta do governo é construir 6 mil creches e pré-escolas até 2014.

O estudo De Olho nas Metas, feito pelo movimento Todos Pela Educação, apontou que as crianças de 4 e 5 anos têm a menor taxa de atendimento (80,1%). “A pré-escola prepara a escola para alfabetizar, ela [a criança] já chega pronta para ler e escrever e aprender as primeiras contas”, avalia. O ministro lembrou que nas famílias de baixa renda muitas vezes as crianças mais novas ficam sob os cuidados de irmãos maiores, o que prejudica também o aprendizado desses adolescentes

Mercadante anunciou que o governo vai lançar em breve o Programa Alfabetização na Idade Certa, para que as crianças saibam ler e escrever até os 8 anos de idade. O objetivo é mobilizar prefeituras e governos estaduais para disponibilizar aos alunos, em idade de alfabetização, as melhores salas de aula, os melhores horários, os melhores professores e o melhor material didático. “Se a gente não resolver esse inicio do processo pedagógico, vamos ter um alfabeto funcional e, em algum momento, isso vai aparecer, e pode aparecer no ensino médio com o abandono da escola”, disse.

O estudo do Todos Pela Educação também mostrou que 83,3% dos alunos na faixa de 15 a 17 anos, que corresponde ao ensino médio, estão inseridos no sistema de ensino, o que representa 1,7 milhão de jovens fora da escola. Segundo Mercadante, uma das principais ações do governo para aumentar o número de alunos no ensino médio é aprimorar o ensino profissionalizante, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Profissionalizante (Pronatec).

“Uma parte expressiva dos jovens não está estudando porque está indo para o mercado de trabalho. E é importante que eles continuem estudando, mesmo que queiram se preparar para o mercado. Juntar essas duas coisas em uma mesma escola, acreditamos que teremos mais alunos e eles estarão mais preparados”.

A busca de inovações como o uso de tablets pelos professores, segundo o ministro, é outra ação do governo para diminuir a evasão no ensino médio. De acordo com Mercadante, até o fim do ano, cerca de 600 mil aparelhos deverão ser disponibilizados aos mestres.

 

Edição: Aécio Amado