Pesquisadores que estavam na Antártica vão avaliar prejuízos com incêndio na base brasileira

27/02/2012 - 17h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais (INCT-APA), Yocie Yoneshigue Valentin, vai se reunir com os pesquisadores que desenvolviam trabalhos de campo na Antártica “o mais rápido possível”, para avaliar as perdas sofridas na Estação Comandante Ferraz, destruída por incêndio no último sábado, naquele continente. Ela acredita que a reunião deverá ocorrer no fim da semana que vem.

“Não pode ser no calor do momento. Senão, a gente não vai conseguir nada”, disse Yocie Valentin, hoje (27), à Agência Brasil. Ela esclareceu que os pesquisadores estão muito abalados com o incêndio, que deixou dois militares mortos e comprometeu os trabalhos de pesquisa que estavam sendo feitos no continente. Cerca de 15 pesquisadores do INCT-APA trabalhavam na Estação Comandante Ferraz.

Segundo a coordenadora do instituto, todos os equipamentos científicos que estavam na estação foram perdidos. A esperança, externou, é que os pesquisadores tenham feito uma cópia do material produzido lá nos próprios computadores pessoais. “Vamos ver se sobrou alguma coisa”.

A equipe do instituto vinha coletando material sobre as comunidades terrestres e marinhas da Antártica, na última fase da Operação 30, iniciada em 2011 e que se estenderia até 24 de março. Cada ano de pesquisas recebe um número. Isso quer dizer que o INCT-APA está atuando na Antártica há 30 anos. Nem todos os trabalhos, entretanto, foram feitos na Estação Comandante Ferraz, que acabou de completar 28 anos no último dia 6. As pesquisas iniciais do instituto foram feitas no navio oceanográfico Professor W. Besnard, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).

Yocie Valentin explicou que as pesquisas que vinham sendo feitas na recente fase da Operação 30 tinham por objetivo conhecer melhor a diversidade dos organismos na Antártica. “A gente está nessa fase da exploração. Saber o que tem e se o aumento da temperatura que está ocorrendo atualmente na Antártica, por causa das mudanças climáticas, está afetando os organismos que vivem lá”.

Edição: Vinicius Doria