Ministro diz que é preciso privilegiar malha de trem e hidrovias como meios de transporte de carga

10/04/2012 - 18h56

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, defendeu hoje (10), ao participar da abertura da 18º Intermodal South America – Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, o fortalecimento dos modais ferroviário e hidroviário como meios de transporte de carga para desafogar as rodovias brasileiras.

Segundo ele, a área de transportes é campeã na utilização de combustíveis fósseis e há razões econômicas e também do ponto de vista da eficiência energética para mudar esse quadro. “O Brasil ainda não conseguiu, mesmo no campo rodoviário, estruturar a sua rede básica de transportes e há um grande desafio a ser vencido. É um equívoco imaginar que, ao investir nos transportes ferroviário e hidroviário, haveria um encolhimento dos prestadores de serviço rodoviário. Isso não acontecerá no Brasil, porque o transporte rodoviário tem sua esfera de atuação que é intransferível”, disse.

A feira da qual Passos participou nesta terça-feira reunirá, até a próxima quinta-feira (12), 550 expositores do Brasil e do exterior. Segundo a organização, em 2011, o evento foi visitado por mais de 45 mil profissionais do setor.

O ministro disse que há, no país, a necessidade de redesenhar o sistema rodoviário para evitar as limitações da malha atual, com problemas de traçado que dificultam as operações. “Estamos trabalhando para que possamos, gradualmente, investir no campo ferroviário em grandes eixos que serão capazes de escoar a carga dos pontos de origem até o ponto de processamento”.

Passos informou ainda que, há dois meses, o governo está trabalhando na elaboração de um plano de logística integrada, que será uma unificação do Plano Nacional de Logística e Transportes e do Plano Nacional de Logística Portuária. “Há um trabalho de análise de toda a estrutura portuária do país. Estamos convergindo em relação a todos os levantamentos e fluxos, a identificação de todas as necessidades que possam haver nesses portos, olhando suas condições de acessibilidade, mas também sua conexão com os outros modais para que isso funcione harmonicamente e de forma eficiente”.

Segundo o ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República, José Leônidas de Menezes Cristino, todos os portos serão colocados em licitação. Ele disse que os contratos de arrendamento de 58 terminais venceram recentemente e que, a partir deste ano, o governo trabalhará para atualizar esses contratos e ainda dar velocidade maior para as licitações, já que neste ano outros 27 vencerão. “O modelo sempre será licitação, mas ainda não temos previsão de quando lançaremos o edital”, alertou.

Edição: Lana Cristina