Crescimento do PIB é tímido por causa de medidas econômicas pontuais, avalia economista

31/08/2012 - 13h52

Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O foco do governo em estimular alguns setores específicos da economia não está contribuindo para a retomada do crescimento econômico, na avaliação do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), Fernando de Holanda Barbosa Filho. Para o pesquisador, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, de 0,4% no segundo trimestre deste ano na comparação ao trimestre anterior é um desempenho baixo.

“O que a gente tem visto no último ano é o governo tentando resolver um problema global tomando medidas pontuais, que acabam beneficiando alguns setores. Mas não tem o efeito global na economia que se espera”, disse à Agência Brasil.

“São dados bem desanimadores. Enquanto no ano passado, todo mundo reclamava dos 2,7% de crescimento em 2011, para este ano seria um sonho se a gente chegasse perto disso. Este ano, as previsões são de que o PIB feche abaixo de 1,8%, e possivelmente, neste ritmo mais para 1,5% do que para 1,8%”, acrescentou.

Como alternativa, Barbosa Filho defende investimentos e adoção de medidas para baixar os custos de produção no país, o chamado Custo Brasil (que engloba os elementos que incidem no preço final do produto, como impostos, infraestrutura, logística, matéria-prima e custo da mão de obra).

Os dados do PIB foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os investimentos chegaram a 17,9% do PIB no segundo trimestre de 2012, menor que o volume registrado em igual período do ano passado (18,8%). De acordo com o professor, a expectativa dos investidores é de “futuro ruim” frente ao cenário mundial preocupante.

Edição: Carolina Pimentel