Europa deve se beneficiar de seca nos Estados Unidos e Brasil para se tornar exportador de grãos

31/08/2012 - 17h10

Carolina Gonçalves e Renata Giraldi*
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Enquanto produtores norte-americanos e brasileiros contabilizam perdas da atual safra de grãos, a seca que prejudicou a produção em diversas regiões do mundo, afetou em menor proporção os produtores europeus de cereais, mesmo com Portugal tendo registrado as maiores quebras de produção dos últimos sete anos. Com isso a União Europeia deve exportar um excedente de 10 milhões de toneladas de grãos, aproveitando-se da alta dos preços no mercado mundial.

Segundo estimativas da Comissão Européia, as perdas no continente devem representar cerca de 2,2% da produção. Nos Estados Unidos, os produtores estimam prejuízos entre 20% e 30%. Em algumas regiões do Brasil, como o Nordeste, uma das mais afetadas pela estiagem, apenas o cultivo de feijão registra prejuízos de quase 70%.

Os prejuízos da produção norte-americana têm impactado diretamente os preços de grãos no mercado mundial desde o ano passado. Os preços do milho, por exemplo, atingiram nível recorde em agosto, com a redução da produção nos EUA. O mesmo aconteceu com o trigo, que teve trajetória ascendente no valor negociado. O efeito reflexo afeta ainda o mercado de carnes, com a alta do preço das rações.

As estimativas mundiais apontam que a produção de milho ainda deve diminuir, este ano, cerca de 11%, e a produção de trigo tem queda de 1% estimada. Diante deste cenário mundial, a Europa pode posicionar-se como exportadora líquida de cerais, com um excedente de 10 milhões de toneladas de grãos.

Na safra 2007/2008, os produtores europeus registraram déficit de 8 milhões de toneladas de grãos.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa

Edição: Fábio Massalli