Operação de combate ao crack acolhe usuários na zona norte do Rio

31/08/2012 - 18h15

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Operação de combate ao crack, realizada hoje (31) nos bairros de Madureira e Cascadura, zona norte do Rio, acolheu dez adultos e dois adolescentes usuários da droga. A iniciativa faz parte do Programa de Monitoramento do Crack, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, em conjunto com a Polícia Militar, desde 2011.

A ação ocorreu principalmente na linha do trem de Madureira, espaço que concentra grande número de moradores de rua e usuários de crack. Segundo a assistente social Cláudia Castro, após o acolhimento, as crianças e os adolescentes foram direcionados para centrais de recepção e triagem, onde é feito o contato com parentes para a reinserção familiar ou o acolhimento. Já os adultos foram encaminhados para abrigos, mas não de modo compulsório.

“A gente hoje trabalha com o poder de convencimento, tentando com nossas referências trazê-los até nós e, se for o caso, abrigá-los. Temos uma dificuldade muito grande de fazê-los entender que estamos ali para protegê-los. Nosso trabalho não é o de combate. Queremos acolher os cidadãos que, por algum motivo, estão nas ruas fazendo uso do crack”, disse.

De acordo com Cláudia Castro, além das operações realizadas com frequência pela secretaria, há ações de acolhimento diárias. A partir daí, é feito o trabalho de mapeamento e de reconhecimento do território. De posse desses dados, os especialistas podem verificar onde o programa está sendo mais ou menos eficiente e escolher as áreas de atuação dos profissionais.

“Como eles [os moradores de rua] fazem uso dessa droga durante muito tempo, na maioria das vezes, estão alucinados, muito agressivos, dormindo e com uma fome extrema. Eles não conseguem sequer dialogar conosco. Então, o nosso trabalho é processual, contínuo”, acrescentou Cláudia.

A assistente social disse que o crack é uma droga relativamente barata, o que facilita o consumo. Ela, no entanto, alertou que o vício carrega consigo várias doenças oportunistas, que tornam o usuário cada vez mais debilitado. São recorrentes os problemas na pele, a tuberculose e as doenças sexualmente transmissíveis (DST).

Edição: Lana Cristina