Greve em Minas Gerais e no Pará tem 2% de adesão e não afeta serviços, diz ECT

11/09/2012 - 17h55

Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Curitiba – A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) divulgou nota na tarde de hoje (11) na qual informa que os seus serviços estão funcionando "com normalidade" em todo o país, inclusive no Pará e em Minas Gerais, os únicos estados onde os trabalhadores deflagraram greve.

"Nos dois estados [PA e MG], 98% do efetivo estão presentes e trabalhando", diz a nota dos Correios. "Tanto o atendimento ao cliente nas agências como a entrega de cartas e encomendas estão normais em todos os estados brasileiros."

De acordo com a assessoria de imprensa dos Correios, de um total de 2,2 mil trabalhadores da empresa no Pará, cerca de 50 estão em greve. Em Minas Gerais, dos 11,3 mil funcionários, aproximadamente 250 teriam cruzado os braços, também conforme cálculos da ECT. Na maioria dos demais estados, a categoria preferiu adiar a greve e marcar novas assembleias para a próxima terça-feira (18).

Procurada pela Agência Brasil, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) não apresentou estimativas de adesão à greve em Minas Gerais e no Pará, mas pôs em dúvida a veracidade dos números fornecidos pelos Correios. "Apenas na assembleia de Belo Horizonte ontem havia mais de 400 pessoas. Como dizer que apenas 250 estão em greve hoje? É mentira", disse Edson Dorta, secretário-geral da federação.

Tanto no Pará como em Minas Gerais, os trabalhadores estão em assembleia permanente e podem reavaliar a paralisação a qualquer momento. "A tendência é de que os trabalhadores de outros estados pressionem os seus sindicatos a entrar em greve também", diz Dorta.

Além de descontar os dias parados dos trabalhadores que aderirem à greve, a empresa diz ter um plano de contingência capaz de garantir a prestação de serviços à população em caso de paralisação. Fazem parte do plano medidas como a contratação de trabalhadores temporários, a realocação de empregados das áreas administrativas e a realização de horas extras e de mutirões nos finais de semana.

A direção da ECT oferece 5,2% de reajuste salarial. O mesmo percentual seria aplicado a benefícios como vale-alimentação e auxílio-creche. Pela proposta, o salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo passaria de R$ 942 para R$ 991.

O comando de negociação da Fentect reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação, reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100.

Em 2011, os trabalhadores dos Correios permaneceram em greve durante quase um mês. Maior empresa empregadora no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os Correios têm cerca de 115 mil funcionários.

Edição: Fábio Massalli