Festival do Rio exibirá 400 filmes em 15 dias

27/09/2012 - 20h27

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Uma maratona de 400 filmes será oferecida, a partir de hoje (27), aos apreciadores de cinema na cidade. Durante 15 dias, o Festival do Rio mostrará produções de 60 países, com exibições programadas para 30 locais diferentes, entre salas de cinema, arenas e praças da cidade.

A abertura oficial do evento está prevista para as 21h, no Cine Odeon Petrobras, com a apresentação de Gonzaga – de Pai para Filho, filme que conta, com muita música e emoção, a história do cantor e compositor Luiz Gonzaga e de seu filho, Gonzaguinha, também cantor e compositor. O diretor, Breno Silveira, é o mesmo do filme Dois Filhos de Francisco, que teve 5,3 milhões de ingressos vendidos em 2005.

Rodado em locações no Nordeste e no Rio de Janeiro, com orçamento de R$ 12  milhões, valor alto para uma produção brasileira, o filme sobre os dois compositores entrará em cartaz no circuito comercial no dia 26 de outubro, em mais de 400 salas em todo o país.

O Festival do Rio surgiu em 1999, como resultado da fusão de dois eventos, o Rio Cine Festival , criado em 1984, e a Mostra Banco Nacional de Cinema, criada em 1988. Na parte competitiva, o público pode votar nos filmes da Première Brasil, que elege, pelo júri e pelo voto popular, os melhores nas categorias longa-metragem de ficção e documentário e curta-metragem.

Além de uma grande vitrine para a recente produção nacional, inclusive para o mercado externo, o Festival do Rio se consolidou como uma oportunidade para a população do Rio e os visitantes da cidade verem o que há de melhor no cinema internacional contemporâneo. Além disso, o público pode assistir a debates com personalidades do cinema mundial, ou simplesmente ver de perto os astros e estrelas favoritos, que costumam comparecer a pelo menos uma das sessões em que seu filme é apresentado.

Entre os convidados internacionais que confirmaram presença este ano estão o ator bitânico Jeremy Irons e diretores como o espanhol Fernando Trueba, o francês Leos Carax, os americanos Jonathan Dayton e Valerie Faris, os portugueses Teresa Villaverde e João Pedro Rodrigues e o franco-britânico Roland Joffé.

Frequentador assíduo do festival desde os anos 1990, quando o evento ainda se chamava Mostra Banco Nacional de Cinema, o produtor artístico Alexandre Raine espera manter este ano a média de 10 a 15 filmes a que vem assistindo nas últimas edições. “Agora estou mais seletivo, até por causa de compromissos profissionais, e escolho filmes das várias mostras que passam nas cinco salas do Estação Vivo Gávea, perto da minha casa”, disse Raine. O produtor lembrou a época em que corria contra o tempo para ver até três filmes por dia, “saindo de um cinema no centro para pegar outro em Botafogo ou Ipanema”.

Cinéfila de carteirinha, a oficial de Justiça aposentada Maria Penha Figueiredo só pôde aderir à maratona diária de filmes do evento há dois anos, quando deixou a ativa. “Eu trabalhava em Petrópolis [região serrana fluminense], fazendo diligências, e não podia acompanhar a programação”, lembrou Penha.

De 2010 para cá, ela conta que vem assistindo a uma média de três filmes em cada dia do festival, mas acha que o guia de programação e o catálogo do evento deveriam ser divulgados com mais antecedência, para facilitar a escolha. “Estive ontem no Estação Botafogo [uma das salas do festival] e ainda não tinha saído o catálogo. Ele me ajuda a escolher os filmes, porque tem a sinopse e a ficha técnica de cada um.”

Na edição deste ano, estão programadas 20 mostras, entre as já tradicionais do evento (Panorama do Cinema Mundial, Premières Brasil e Latina, Expectativa, Midnight Movies, Mundo Gay, Fronteiras, Dox, Filme Doc, Geração, Meio Ambiente e outras) e as exclusivas desta edição. Uma delas é Imagens de Portugal, que homenageia, no Ano do Brasil em Portugal, os grandes cineastas daquele país, como Manoel de Oliveira e João Pedro Rodrigues. A outra é Foco UK, dedicada à recente produção cinematográfica do Reino Unido.

O festival deste ano prestará ainda homenagem especial a mais dois cineastas: Alberto Cavalcanti, considerado o mais internacional dos diretores brasileiros e pouco exibido no país, e o norte-americano John Carpenter, apontado como mestre de filmes de terror.

Na Panorama, mais concorrida mostra do evento, serão exibidas as mais recentes produções internacionais. Entre elas, estão Twixt, de Francis Ford Coppola; Lay the Favorite, de Stephen Frears; Magic Mike, de Steven Soderbergh; César Deve Morrer, de Paolo e Vittorio Taviani; Another Year, de Mike Leigh; Michael Jackson Bad 25, de Spike Lee; In the Land of Blood and Honey, de Angelina Jolie; e Selvagens, de Oliver Stone.
 
Sede do festival pelo segundo ano consecutivo, o Armazém 6 do Cais do Porto abrigará as sessões populares da Première Brasil, o Cine Encontro e a área de negócios do evento, o Rio Market. A programação completa do evento está disponível no site www.festivaldorio.com.br

No Cine Encontro, o público tem oportunidade de entrar em contato com quem faz cinema, por meio de debates e conversas com os realizadores, atores, convidados internacionais de outras mostras e com representantes do meio cinematográfico. Todas as atividades do Cine Encontro têm entrada gratuita.

Edição: Nádia Franco