Manifestação reúne 2 mil pessoas contra obras e ações do governo para as copas

01/12/2012 - 17h33

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Cerca de 2 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, participaram na tarde de hoje (1º), de uma manifestação contra obras e medidas tomadas pelo governo federal para a realização da Copa do Mundo e da Copa das Confederações. O ato Copa para Quem? reuniu integrantes de 50 movimentos sociais de São Paulo e coincidiu com a data em que foi feito o sorteio dos grupos da Copa das Confederações, no Anhembi, capital paulista.

De acordo com a coordenadora do Comitê Popular da Copa em São Paulo, Graziela Natasha Massoneto, o protesto quer mostrar que as copas não trazem só o futebol, mas sim muita especulação imobiliária, despejos de famílias inteiras e uso dos recursos públicos de maneira a não beneficiar toda a população. “Esse recurso público vai ser utilizado só para a elite porque o povo não vai poder participar efetivamente deste grande evento”.

Graziela ressaltou que o grupo reivindica que as famílias sejam retiradas de maneira planejada e com destino certo. “Isso deveria ser feito de forma pacífica e com cadastro nos movimentos sociais, com todos sabendo para onde vão”.

Um outro ponto destacado é o que ela chama de "estado de exceção", no qual comerciantes estarão impedidos de vender seus produtos em estabelecimentos no entorno dos estádios. Além disso, Gabriela chamou a atenção do fato de que espaços públicos serão fechados para as fun zones, áreas onde serão montados telões para a exibição dos jogos.

“Mas o acesso será pago. Se a pessoa não tiver o ingresso não poderá entrar. O trabalhador comum também não conseguirá assistir aos jogos nos estádios porque o ingresso mais barato custa mais de R$ 50. Um trabalhador que ganha um salário mínimo não vai poder participar porque ele não vai ter esse dinheiro para dispensar no futebol”.

 

Edição: Beto Coura