Mercosul concede a Niemeyer título de Cidadão Ilustre Post Mortem

06/12/2012 - 14h53

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os ministros das Relações Exteriores do Mercado Comum do Sul (Mercosul) decidiram hoje (6) conceder o título de Cidadão Ilustre Post Mortem (após a morte) ao arquiteto Oscar Niemeyer, que morreu na noite passada aos 104 anos, no Rio de Janeiro. A iniciativa foi uma proposta da delegação da Venezuela e teve apoio unânime dos demais países representados. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o título é uma homenagem à genialidade e à criatividade do arquiteto.

Antes de aprovar a concessão do título a Niemeyer, as autoridades fizeram um minuto de silêncio. “Esta reunião de hoje [de chanceleres e embaixadores] começou com um minuto de silêncio em homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer, responsável, inclusive por este edifício [Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores] em que estamos agora. Brasília não seria o que é se não fosse a capacidade de sintetizar a criatividade brasileira”, disse Patriota.

Segundo o chanceler, a concessão do título é uma homenagem à trajetória e à obra de Niemeyer. “Os chanceleres decidiram agraciar [Niemeyer] com o título Cidadão Ilustre Post Mortem do Mercosul, como forma de homenagear sua obra e celebrá-lo como gênio brasileiro.”

Durante almoço, oferecido às autoridades estrangeiras, Patriota novamente mencionou a homenagem a Niemeyer e lembrou sua história. “Não [é] só um brasileiro que nós honramos por sua criatividade, por seu talento, um representante de um humanismo muito presente na arte brasileira, mas também um cidadão profundamente comprometido com a integração regional.”

Niemeyer foi internado no dia 2 de novembro no Hospital Samaritano, com complicações renais e desidratação. Por causa de uma infecção respiratória, o arquiteto, que estava na unidade intermediária do hospital, ficou sedado e respirava com auxílio de aparelhos. Niemeyer, que completaria 105 anos no dia 15 deste mês, morreu às 21h55 de ontem (5).

Edição: Nádia Franco