Into faz mutirão com 30 cirurgias após medidas do Ministério da Saúde

08/12/2012 - 14h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O  Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) está fazendo, neste sábado (08), 30 cirurgias, em mutirão que marca a ampliação do atendimento após as medidas determinadas pelo Ministério da Saúde, na última quinta-feira (06), com o objetivo de  reduzir as  filas de espera no órgão federal.  

Em visita hoje ao Into, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reiterou que a forma de agendamento de consultas e cirurgias no instituto passou a ser integrada ao sistema informatizado desenvolvido em conjunto pelo ministério e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. “Tomamos uma série de medidas para que as pessoas que estavam vindo para confirmar a consulta em sua especialidade não precisassem mais vir”, disse Alexandre Padilha.  

“Hoje, abrimos sete equipes. São quase 12 salas [de cirurgia] funcionando ao mesmo tempo, com a expectativa de, com essa nova medida, aumentarmos em cerca de 200 cirurgias por mês. E, com  a reposição de alguns profissionais, podemos aumentar em 500 cirurgias por mês. Aqui no Into daria, aproximadamente, cerca de mais 5.600 cirurgias por ano”. No próximo sábado (15), deverão ser abertas mais dez salas.

Padilha lembrou que, de janeiro a novembro deste ano, foram feitas quase 7 mil cirurgias no Into, com aumento de 22% em comparação ao mesmo período de 2011. O instituto registrou também expansão de 74% no número de consultas realizadas no período, alcançando 180 mil.

O ministro pediu que os pacientes procurem as unidades (clínicas da família e unidades básicas de saúde) mais próximas de suas casas, “para que ninguém fique exposto à situação de  ter que vir marcar as consultas”. Padilha cobrou da direção do Into  a utilização do sistema informatizado integrado,  em atendimento à determinação do ministério, no ano passado, e disse que o sistema de agendamento  presencial de consultas é arcaico.

De acordo com o ministro, o conjunto das vagas  passa a ser integrado ao sistema informatizado. “É assim que deve ser. As pessoas  têm que ter a forma de marcação da sua consulta, da sua cirurgia, na unidade [de saúde] mais perto de onde moram, onde são acompanhadas pelos seus médicos”. Pessoas que moram em outras cidades fluminenses deverão procurar as secretarias municipais de Saúde para efetuar o agendamento das consultas via internet.

Para os cerca de 3.500 pacientes que já haviam feito a triagem no Into, foi montado com a Secretaria Estadual de Saúde um call center com 55 profissionais, que já ligaram, desde quinta-feira até hoje, para  mais de 1.500 pessoas, fornecendo a data da consulta e programação de cirurgia. Hoje, deverão ser contatadas  mais 1.200 pessoas. Todos esses pacientes receberão também telegrama,  confirmando que a ligação veio do ministério e da Secretaria Estadual de Saúde.

Outras medidas objetivam reduzir o tempo de espera de cirurgias ortopédicas, não só no Into, mas em todos os hospitais do estado. “O Into, sozinho,  não vai fazer no estado todas as cirurgias necessárias”, explicou Padilha. Uma dessas medidas é a ampliação do mutirão de operações que são efetuadas nos sábados.

O ministro assegurou que a meta é aumentar ainda mais  a produção, para reduzir o tempo de espera. Em parceria com o estado, disse que o ministério pretende aumentar em 500 por mês o número de cirurgias ortopédicas em outros hospitais da rede estadual. O volume dessas cirurgias na rede do estado já cresceu 5% este ano, até novembro. Em relação a 2006, Padilha revelou que foram feitas sete vezes mais cirurgias nos hospitais fluminenses.

“Mas nós queremos aumentar ainda mais. Porque nem todas as cirurgias ortopédicas  têm que ser feitas  aqui no Into”. Daí a importância  de outros hospitais elevarem o numero de operações, para reduzir o tempo de espera dos pacientes. De acordo com informação da assessoria do Into, 21 mil pessoas em média aguardam por cirurgia no instituto.

Alexandre Padilha disse que o ministério fará um acompanhamento permanente da situação no Into, para que outras medidas possam ser tomadas com a mesma finalidade de reduzir  o tempo de espera. As pessoas que estão há muito tempo na fila terão os seus casos avaliados. O ministro não descartou a necessidade de implantar, inclusive,  uma ordem de prioridade, “de acordo  com o caso clínico e a situação de sofrimento que elas [os pacientes] possam ter”.  

O ministro esclareceu que, embora  a determinação seja para que se respeite a ordem na fila de espera de cirurgia, serão levados em conta a análise clínica do paciente e a gravidade do caso. “Com essa avaliação, você pode priorizar uma pessoa  que precise de uma cirurgia mais rápida”. Os pacientes serão avaliados caso a caso.

Também será aumentado o número de consultas especializadas.  A ideia é atingir mais 2 mil consultas nas especialidades que têm maior demanda, que são cirurgias de coluna, problemas de quadril e de joelho, para reduzir o tempo de espera. Na avaliação do ministério, é possível diminuir para todos os casos de cirurgia ortopédica. “Esse é o esforço que nós vamos fazer. E vai ser um esforço constante, permanente”, afiançou.

 Edição: Davi Oliveira