Renúncia do primeiro-ministro da Itália leva a clima de instabilidade

11/12/2012 - 9h18

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A decisão do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, de renunciar instaurou um clima de instabilidade política e econômica no país. O ex-primeiro Silvio Berlusconi, que é alvo de uma série de denúncias, disse que quer voltar ao governo, enquanto a Bolsa de Valores de Milão sofreu baixa ontem (10). A legislação italiana determina que haja uma nova eleição em até 70 dias após a renúncia do governo. O novo pleito já estava previsto para ocorrer até abril de 2013.

Monti deixa o governo por não dispor de apoio político no Parlamento italiano, depois de aprovar medidas de austeridade, como reformas trabalhistas. A renúncia provocou queda de 2,3% na Bolsa de Valores de Milão e aumentou a análise sobre o risco país da Itália em mais 33 pontos – fechando em 365 pontos.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse estar preocupado com a incerteza política na Itália, considerando as mudanças no cenário político como uma ameaça à estabilidade da Europa. Segundo ele, Monti conseguiu conquistar o equilíbrio no país.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, destacou a importância das medidas de austeridade adotadas por Monti. Segundo ele, nas próximas eleições, os italianos devem observar as propostas e não se deixar levar por ilusões.

Em novembro de 2011, Monti foi indicado para liderar o governo, substituindo Berlusconi após temores de que a Itália fosse precisar de um resgate financeiro nos moldes do que ocorreu com a Grécia. Monti disse que tentará conseguir a aprovação de uma legislação de estabilidade orçamentária e financeira antes de deixar o cargo.

Em nota divulgada pelo gabinete do presidente da Itália, Giorgio Napolitano, o governo diz que, se a lei de orçamento for aprovada "rapidamente", Monti vai renunciar imediatamente. "[Monti] não acredita ser possível continuar o seu mandato e consequentemente deixou clara sua intenção de renunciar", diz o comunicado.

*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay e da BBC Brasil

Edição: Juliana Andrade