Presidenta Dilma Rousseff diz que combate ao terrorismo não pode reavivar tentações coloniais

24/01/2013 - 16h55

Danilo Macedo e Luciene Cruz
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff defendeu hoje (24) a submissão das ações militares no Mali ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com atenção na proteção de civis. “O combate ao terrorismo não pode, ele mesmo, violar os direitos humanos nem reavivar nenhuma das tentações, inclusive, a antigas tentações coloniais”, disse, sem citar o nome, em referência à atuação da França, que colonizou o país por décadas, até sua independência, em 1960.

Ao fim da 6ª Cúpula Brasil-União Europeia, realizada hoje no Palácio do Planalto, a presidenta disse que considera “muito preocupante” a situação do conflito armado no Mali. “Advogamos uma participação muito grande dos órgãos internacionais na resolução desses conflitos”.

Dilma Rousseff defendeu uma mobilização internacional para que se encontre solução pacífica para o conflito na Síria. “Ficou visível que, através do conflito armado, não se chegará a um acordo”, disse. Segundo a presidenta, o principal responsável pelo acirramento do conflito é o governo local, mas a oposição armada também contribui.

Ainda falando de conflitos internacionais, a presidenta reiterou a importância do Estado Palestino e demonstrou o interesse especial do Brasil em participar do processo de paz na Guiné-Bissau, integrante da comunidade dos países de língua portuguesa.

“Nós temos interesse em participar de todos os processos para que essa situação de conflito armado e de agravamento da instabilidade política da região devido ao tráfico de drogas, ao tráfico de armas, à pirataria, seja resolvida”, afirmou Dilma.

Ela fez referência também à responsabilidade de Portugal, como antigo colonizador, em apoiar o país africano. No início da semana, a ONU pediu ao Brasil maior controle sobre a droga levada da América do Sul para a África.

 

Edição Beto Coura

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