Estudantes contam que superlotação era comum na Boate Kiss

30/01/2013 - 12h40

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que frequentavam a Boate Kiss, disseram que era comum a casa noturna ficar superlotada. Segundo eles, a casa noturna promovia três festas por semana e era a mais popular entre os estudantes da UFSM. Os universitários alegam que a aglomeração de pessoas no fim das festas sempre causava tumultos.

"Eu já fui a festas superlotadas na Kiss, era um empurra-empurra muito grande. A saída é muito pequena, e sempre havia uma demora muito grande para se deixar o local. Eu já quase desmaiei uma vez, algumas vezes era impossível ficar lá dentro", disse Andrezza Bond, de 19 anos. Os alunos do curso de educação física da universidade visitaram hoje (30) os projetos de legado educacional esportivo das Olimpíadas de 2016, no Rio.

Para Lucas Machado de Souza, de 23 anos, a maior dificuldade era no momento de efetuar o pagamento. "Na hora de pagar a comanda era muito difícil, porque não existia uma área reservada para a formação de uma fila. Era no meio da boate e, com isso, tinha muita confusão", explicou.

De acordo com Daniel Machado de 21 anos, que estava com o nome na lista para a festa do dia 26, a sensação é uma mistura de alívio e tristeza. "Eu fiz aniversário no dia 28 de janeiro e o meu nome estava na lista para a festa do dia 26. Uma amiga minha colocou o meu nome na lista e metade das pessoas que ela chamou morreram. Muitos amigos da universidade faleceram, eu estou vivo por causa dessa viagem ao Rio."

Os estudantes ficaram sabendo da tragédia na chegada ao Rio. “O meu namorado faz agronomia e a festa era da turma dele. Ele não quis ir à festa, porque não queria ir sozinho. Mas ele perdeu 27 amigos nessa tragédia", disse Mayara Boeck de 23 anos.

A UFSM informou que as aulas, que estão suspensas desde o início desta semana, serão retomadas na próxima segunda-feira (4).

Edição: Talita Cavalcante

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil.