Iphan aprova o tombamento do Edifício A Noite

03/04/2013 - 19h52

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou hoje (3) o tombamento do Edifício A Noite, na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. A maioria absoluta dos conselheiros votou pela inclusão do prédio tanto no livro de tombo histórico quanto no livro de belas artes. Isso significa que o Edifício A Noite está protegido pelo seu valor histórico. A medida impede também que sejam realizadas modificações na estrutura física do edifício. A formalização do tombamento será feita nas próximas semanas.

O edifício é considerado marco da modernidade do Rio de Janeiro, então capital brasileira. Foi o primeiro arranha-céu da América Latina, atração turística da cidade e um mirante que competia, em termos de atração, com o Pão de Açúcar e o Corcovado. Foi construído por um grande jornal da época, A Noite, e também sediou desde a fundação a mais importante emissora do país, a Rádio Nacional.

O prédio é um dos mais destacados exemplares da art déco, estilo arquitetônico característico de grande parte das edificações das décadas de 1920 a 1940 nas grandes cidades do mundo. Tem 22 andares e 102 metros de altura - o que corresponde a 30 andares de um edifício atual - está desocupado desde o final do ano passado, com a mudança, para outras instalações, da Rádio Nacional e da Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O edifício já é tombado pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Empenhada há anos no processo de tombamento, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tem planos de implantar no prédio um museu vinculado à história da Rádio Nacional. O diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Eduardo Castro, disse que o prédio deverá ser reformado para que a Rádio Nacional volte a funcionar no local e possa ser visitada pelo público: “Teremos agora o trabalho junto a órgãos estaduais, prefeitura, para que o edifício ganhe a valorização do estado físico para que tenha uma utitlização ainda mais nobre para a sociedade. A recuperação dete patrimônio é também recuperação da história do país”.

A presidenta do Iphan, Jurema Machado, explica que, com o tombamento, o órgão será um parceiro mais constante na busca de financiamento para a reforma e manutenção do prédio. Durante a reunião, os conselheiros destacaram a fachada do edifício e a associação entre a arte e a técnica utilizadas na arquitetura do prédio como aspectos que devem ser mantidos na construção. A construção é um marco da utilização do concreto armado no país.

De acordo com Jurema Machado, a orientação para a reforma do edifício e de qualquer outro tombamento “nunca é falsificar uma solução como se ela fosse original, é buscar elementos contemporâneos que remetam aos elementos originais que foram perdidos. Não se deve tentar substituir ou falsificar o que não existe mais”. Ela afirma também que as novas exigências não devem aumentar os custos para a manutenção do local.

Edição: José Romildo

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