Patriota evita polêmica sobre protecionismo às vésperas de decisão na OMC

30/04/2013 - 16h23

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A menos de um mês da eleição do novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, evitou hoje (30) rebater as críticas de autoridades da França e do Reino Unido sobre eventuais posições protecionistas do Brasil.

As críticas, segundo especialistas, podem atrapalhar a candidatura do embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo ao cargo e contribuir para o adversário dele, o mexicano Herminio Blanco.

“[A OMC] é uma organização democrática. Todo país pode apresentar suas posições”, ressaltou o chanceler, após reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Principado de Andorra, Gilbert Saboya Sunyé, no Palácio Itamaraty. “Estamos aqui trabalhando em busca de todo apoio. É uma campanha que está ganhando fôlego”.

Azevêdo, que concorre com o mexicano Blanco, intensificou a campanha em busca de apoio nesta última etapa. A decisão final da disputa é esperada para o dia 29 de maio, mas é possível que o resultado seja divulgado antes. O novo diretor-geral da OMC tomará posse em 31 de agosto, substituindo o francês Pascal Lamy.

Os negociadores brasileiros buscam votos entre os europeus e os aliados dos Estados Unidos e do Canadá, pois nos bastidores há informações de que a tendência entre norte-americanos, canadenses e parte da União Europeia é votar no mexicano.

Ao ser perguntado sobre o apoio obtido, até o momento, pelo candidato brasileiro, Patriota preferiu citar as habilidades do embaixador Azevêdo. “Não seria apropriado [comentar isso] agora. Há muita aceitação em torno da candidatura dele [Azevêdo]. Ele tem conhecimento técnico e talento de negociador”, disse. Bem-humorado, o chanceler acrescentou: “Ele [Azevêdo] pode entrar chutando para o gol”.

Azevêdo ocupa desde 2008 o cargo de representante permanente do Brasil na OMC. O mexicano Herminio Blanco é economista e ex-ministro de Comércio e Indústria do México. Em qualquer resultado, será a primeira vez que o órgão será comandado por um latino-americano.

Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o órgão tem direito a voto. A escolha é feita em três etapas. Na primeira, quando todos os candidatos concorrem, havia 11 nomes. Para a segunda etapa, encerrada no dia 25, ficaram cinco candidatos. Nesta última fase, são apenas dois.

Desde o lançamento de sua candidatura, em 28 de dezembro de 2012, Azevêdo foi à América do Sul, à Europa, à América Central, ao Caribe e à África, assim como à Ásia, à América do Norte e ao Oriente Médio.

Edição: Davi Oliveira

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