Mais de 30% das redações do Enem serão corrigidas por terceiro avaliador, prevê MEC

08/05/2013 - 20h33

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 será mais rigorosa. Bastará uma frase desconectada com o tema proposto inserida deliberadamente para que a prova seja anulada. Além disso, erros gramaticais ou de convenções de escrita serão aceitos apenas como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência. As providências foram tomadas para que casos como inserção de receita de miojo ou hino do Palmeiras - que receberam nota acima 500 ou mais (metade da nota máxima), como aconteceu na última edição - não sejam tolerados.

O edital foi antecipado hoje (8) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Amanhã (9), será publicado oficialmente no Diário Oficial da União.

Todas as redações serão corrigidas por dois corretores. Não havendo uma diferença maior do que 100 pontos entre as duas avaliações, a nota final será a média aritmética simples de ambas. Caso haja discrepância maior do que 100 pontos, a redação será corrigida por um terceiro avaliador. No ano passado, a diferença mínima era 200 pontos. Além disso, se houver uma diferença de 80 pontos entre as notas em qualquer quesito avaliado, a redação passará também por uma terceira correção. A expectativa é que uma a cada três redações irá para um terceiro corretor, antes o índice era aproximadamente 21%.

Caso a nota do terceiro avaliador tenha uma diferença de 100 pontos em relação às duas primeiras ou fique exatamente entre as duas notas, a decisão final caberá a uma banca composta por três professores avaliadores.

Na redação, os candidatos deverão demonstrar o domínio da norma padrão da língua escrita; compreender a proposta de redação e aplicar conceitos de várias áreas de conhecimento dentro de um texto dissertativo-argumentativo; selecionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; e elaborar proposta de solução para o problema abordado, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.  

Os avaliadores também serão submetidos a um critério mais rigoroso. Além da ampliação da carga horária e inserção de novos módulos de treinamento presencial e à distância durante a capacitação, na hora de corrigir as provas, eles são monitorados e avaliados online. Serão usados 33 parâmetros e os corretores que tiverem um desempenho inferior a sete, em uma escala de zero a dez, serão eliminados. No ano passado, a eliminação ocorria quando o desempenho era inferior a cinco. Em 2012, foram 760 corretores afastados.

Haverá também supervisores, que além de avaliar o trabalho dos corretores, irão monitorar as correções e pedirão explicações caso considerem pertinente. Redações nota mil (máxima) e aquelas com erros de português considerados excepcionalidade deverão obrigatoriamente ser acompanhadas de uma justificativa.

O Ministério da Educação vai aumentar o número de corretores e o valor pago por redação vai subir de R$ 2,35 para R$ 3.

Edição: Carolina Pimentel

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