Recife garante recursos para implantar núcleo de economia criativa no Porto Digital

23/05/2013 - 18h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 8,8 milhões vai permitir a estruturação do Porto Mídia, considerado o ponto de partida para a implementação de iniciativas no campo da economia criativa no Porto Digital, parque tecnológico do centro histórico do Recife. O contrato foi firmado hoje (23), na sede do banco, no Rio de Janeiro. Os recursos não reembolsáveis são oriundos do Fundo Cultural do BNDES.

O diretor presidente do Porto Digital, Francisco Saboya, informou à Agência Brasil que o financiamento consolida a operação de expansão do parque tecnológico, que tem 12 anos de existência e era dedicado até então apenas à área de tecnologia da informação (TI). O local reúne 150 empresas de TI que faturaram no total R$ 1 bilhão, ou cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) pernambucano, no ano passado.

“Considerando a necessidade de o Porto Digital se expandir  e o potencial enorme que a cidade do Recife tem para as  atividades da chamada economia criativa, em especial as áreas de games [jogos eletrônicos], audiovisual, música e design, o Porto Digital endereçou essa questão e contou com apoio do BNDES”, disse.

A verba será aplicada na reforma de um imóvel histórico que se acha hoje em ruínas, conhecido como Convento, localizado em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no chamado Recife Antigo. Os recursos serão utilizados também na aquisição de equipamentos e na instalação de estúdios e laboratórios no local. Francisco Saboya tem a convicção de que, uma vez pronto, o Porto Mídia do Recife “será uma das mais importantes  plataformas de fomento à economia criativa no Brasil”.

O  projeto para o Porto Mídia já está aprovado pelo Iphan e pela prefeitura do Recife. Com a assinatura do contrato, o Porto Digital está liberado para efetuar a contratação dos primeiros serviços, relativos à obra de restauração. A expectativa é que o prédio esteja pronto para funcionar como núcleo de empreendedorismo e tecnologia voltada à economia criativa em dois anos e meio, informou Saboya.

Enquanto as obras são feitas, o Porto Mídia terá a sua primeira fase inaugurada em julho próximo. As atividades funcionarão provisoriamente em outro imóvel, em uma escala menor, até a conclusão das obras no prédio histórico. “Ou seja, a gente inicia a operação do Porto Mídia agora, provavelmente em agosto, e, paralelamente, restaura o outro imóvel, adquire e instala os novos equipamentos em uma escala maior e transfere, em dois anos e meio, a operação para lá”.

Segundo Francisco Saboya, o apoio financeiro do BNDES é importante para o Porto Digital do Recife, porque é estruturante. “É um apoio para estruturar um equipamento  que será a âncora do polo de economia criativa do Recife”.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, assegurou ao assinar o contrato que o projeto do Porto Mídia do Recife “é uma combinação virtuosa de nossa política de apoio ao restauro do patrimônio histórico com o fomento à economia criativa e à tecnologia”.  Os recursos do banco correspondem a 60% do investimento total do projeto.

Edição: Davi Oliveira

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