Aeroportuários decidem na próxima semana se aceitam condições para acabar com greve

16/08/2013 - 20h07

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os empregados do setor aeroportuário vão se reunir em assembleias na próxima segunda-feira (19) para analisar uma nova proposta de reajuste salarial apresentada hoje (16) pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), em audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Se não houver entendimento entre as partes, o dissídio coletivo da categoria será distribuído para julgamento na próxima terça-feira (20).

A proposta apresentada pela empresa é um reajuste real de salário de 1,25% em setembro deste ano e mais 1,25% em setembro de 2014, além da correção salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até maio deste ano (data-base da categoria). A Infraero também aumentou a concessão de vales-alimentação, de quatro blocos de 25 tíquetes cada para quatro blocos de 30 tíquetes cada.

A Infraero se comprometeu a abonar os dias parados compreendidos entre 31 de julho, data do início do movimento, e 12 de agosto. Os dias remanescentes deverão ser compensados na jornada de trabalho. Outro compromisso da empresa é criar duas comissões paritárias: uma para discutir soluções de sustentabilidade para os planos de saúde e odontológico e outra para deliberar sobre o Plano de Classificação de Cargos e Salários (PCCS), que foi concluído recentemente.

O diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) no Aeroporto de Congonhas (SP), Severino Macedo, avalia que a criação dessas comissões é um avanço mais importante do que o reajuste salarial oferecido pela Infraero. Segundo ele, a proposta de reajuste salarial apresentada pela empresa “não contempla em nada o anseio da categoria por aumento imediato”.

Para o sindicalista, a possibilidade de dissídio coletivo será negativa para os trabalhadores e para a empresa. “Se for para dissídio é negativo para ambas as partes, a empresa perde, o trabalhador perde. O dissídio é a última instância mesmo, e como se trata de uma empresa pública é ruim para o governo também”, avalia.

Os trabalhadores do setor aeroportuário estão em greve desde o dia 31 de julho, mas o TST determinou que a categoria deveria manter 100% das atividades de controle de tráfego, 70% do efetivo das áreas de segurança e de operações e um percentual mínimo de 40% nos demais setores. Segundo o diretor do sindicato, atualmente cerca de 2 mil funcionários estão com as atividades paralisadas por causa da greve em todo o país.

Edição: Juliana Andrade

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