Com 51 milhões de pessoas, juventude brasileira representa desafio para o governo

05/09/2013 - 12h34

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, apontou a juventude como um dos principais desafios do país, além de ser a “agenda mais importante, no sentido de traçar o futuro da nação”. Para ele, a população jovem (entre 15 e 29 anos, segundo classificação das Nações Unidas), que soma 51 milhões de brasileiros, “é e será” a maior da história do país.

O ministro, no entanto, chama a atenção para o fato de que, se essa juventude representa hoje uma força de trabalho que pode beneficiar a produtividade e a produção, há que se aproveitar o momento para gerar riquezas a fim de evitar futuros problemas para a Previdência Social, quando a geração de jovens começar a se aposentar.

Esse “bônus demográfico”, disse o ministro, durará até 2022, ano em que o Brasil celebrará 200 anos de independência. “A partir daí a juventude vai começar a diminuir quantitativamente e a colocar novos desafios. Por isso é muito importante aproveitarmos essa onda jovem. Como vem desde 2003 e vai até 2022, eu diria que é mais do que uma onda, é uma pororoca jovem. Uma onda de longa duração que vai impulsionar nossas vidas e nosso país”, disse Neri ao participar, hoje (5), do Bom Dia, Ministro, programa produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

Ele aponta duas razões fundamentais para a importância da juventude no Brasil. “Em primeiro lugar, porque é o começo da vida, uma passagem para a vida adulta que se for bem feita deixará frutos. Por outro lado, a juventude do Brasil nunca foi nem nunca será tão grande quanto hoje. No quantitativo é uma grande massa e uma grande oportunidade. Mas há uma série de demandas que precisam ser ouvidas. Então juventude, hoje no Brasil, é a agenda mais importante no sentido de traçar o futuro da nação”, acrescentou.

Neri ressaltou que o governo federal está atento à questão. “Os recursos para ensino fundamental, médio e educação básica aumentaram de 3.5% para 5% do PIB. Existe um esforço no sentido de educação técnica e ensino profissionalizante. Na parte de educação, temos a questão dos royalties do petróleo: preferencialmente 75% alocados para educação. O desafio será alocar bem esses recursos”, argumentou.

Outra ferramenta destacada pelo ministro, no sentido de definir como esses recursos serão aplicados, é o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, ferramenta online de consulta do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) com 180 indicadores construídos com base nos Censos de 1991, 2000 e 2010.

No IDHM há indicadores de 5.565 municípios. “Acho que, nesse caso, o estudo do atlas poderá ajudar a nortear [a destinação de recursos, como os royalties do petróleo] porque cada localidade tem sua especificidade e seus desafios”, acrescentou.

Edição: Denise Griesinger
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