Síria: Médicos sem Fronteiras denunciam “êxodo em massa” de Al Safira

25/10/2013 - 11h51

Da Agência Lusa

Paris – Em menos de 20 dias, 130 mil pessoas saíram da cidade de Al Safira, no Norte da Síria, fugindo de bombardeios permanentes em um “êxodo em massa”, informou hoje (25) a organização não governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras (MSF).

Segundo a MSF, quase toda a população de Al Safira fugiu, assim como moradores de áreas próximas, no sudeste da província de Alepo, no Norte do país. “Diante da magnitude das necessidades destes deslocados, a ajuda humanitária é insuficiente”, informou o comunicado da  organização.

A diretora de Operações da MSF, Marie-Noelle Rodrigue, explicou que ataques extremamente violentos em Al Safira, que começaram no dia 8 de outubro, obrigaram pessoas que já tinham fugido da violência em outros locais a fugir novamente. De acordo com Marie-Noelle, os ataques deixaram 76 mortos e 450 feridos em cinco dias.

“Essas pessoas chegam a zonas onde já há grande número de refugiados, onde os raros agentes humanitários presentes enfrentam necessidades gigantescas”, explicou.

Os refugiados que chegaram a Manbij, nordeste de Al Safira, foram instalados em um estacionamento onde há apenas um banheiro e em edifícios em construção sem portas ou janelas. A organização condenou o bombardeio deliberado de estabelecimentos médicos, como um hospital de campanha destruído por bomba lançada de um helicóptero na última segunda-feira (21).

“As Nações Unidas e os países que têm influência neste conflito precisam demonstrar a mesma determinação na resolução das questões de ajuda humanitária que mostraram nas questões de armas químicas”, disse o presidente da MSF, Mego Terzian.