Senado da Itália cassa mandato do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi

27/11/2013 - 17h03

Da Agência Lusa

Roma – O Senado italiano decidiu hoje (27) destituir do cargo de senador o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi depois de ter sido condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal.

O Senado, a Câmara Alta do Parlamento italiano, rejeitou nove propostas apresentadas por vários senadores para que não fosse aplicada a Berlusconi a chamada Lei Severino, aprovada pelo governo anterior liderado por Mario Monti, que estabelece a expulsão do Parlamento dos condenados a penas superiores a dois anos de prisão.

A decisão de afastar Berlusconi foi anunciada pelo presidente do Senado, Pietro Grasso.

A medida contou com o apoio, entre outros, do Partido Democrata do atual primeiro-ministro italiano Enrico Letta; do Movimento 5 Estrelas, do comediante Beppe Grillo; e do grupo Eleição Cívica, do ex-primeiro-ministro Mario Monti.

Votaram contra, entre outros, o Forza Italia, partido do antigo governante; a Liga Norte e os antigos parceiros políticos do Il Cavaliere (que significa o cavaleiro, apelido de Berlusconi), o grupo Novo Centro-Direita, liderado pelo vice-primeiro-ministro italiano e delfim político de Berlusconi, Angelino Alfano.

“É um dia amargo, um dia de luto”, disse Silvio Berlusconi, com a mão sobre o coração, dirigindo-se aos seus apoiadores concentrados em Roma.

“É um dia de luto para a lei, para o direito, para a democracia”, repetiu o antigo governante, diante de milhares de apoiadores.

No dia 1º de agosto, o Tribunal Supremo da Itália confirmou a condenação de Berlusconi a quatro anos de prisão por fraude fiscal no âmbito do caso Mediaset.

O caso Mediaset remonta a 2006, quando a empresa de Berlusconi foi acusada de inflacionar o preço dos direitos de transmissão de filmes norte-americanos, adquiridos através de sociedades também depropriedade do político, também conhecido como Il Cavaliere.

Na segunda-feira, Berlusconi, de 77 anos, anunciou que ia pedir a revisão do processo, afirmando que detinha novos documentos sobre o caso.