Conferência sobre mudança do clima fica aquém das expectativas de negociadores

24/12/2013 - 18h06

Ana Cristina Campos
Repórter da Agência Brasil

Brasília -  A 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19), que ocorreu entre 11 e 23 de novembro, em Varsóvia, na Polônia, foi criticada pela falta de liderança do país anfitrião na construção de um "mapa do caminho" para a agenda ambiental pós-2015, quando deve ser estabelecido um novo acordo global climático para entrar em vigor em 2020. As conversações para o novo acordo começam no ano que vem.

Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, houve uma unidade de compromissos e de posições entre os países em desenvolvimento durante a COP-19, o que não foi visto entre os países desenvolvidos. “Essa COP teve retrocessos, vários países desenvolvidos diminuíram suas ambições [de redução de emissões] e teve um ambiente político muito confuso do ponto de vista das negociações. Foi aquém das expectativas de negociadores, delegações e da própria sociedade. Mas precisamos resgatar o espírito de confiança no ambiente de negociação”, disse.

O subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores, José Antonio Marcondes de Carvalho, negociador chefe brasileiro nas conferências internacionais sobre temas ambientais, disse que a COP-19 foi o “que esperávamos em termos de preparação para o novo acordo, apesar de países tentarem desconstruir os conceitos basilares desse acordo”.

A conferência, porém, teve aspectos positivos: foram anunciadas contribuições financeiras para o combate à mudança do clima, entre os quais estão os fundos que vão viabilizar o Acordo-Quadro de Varsóvia para a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd). O acordo prevê a aplicação de US$ 280 milhões no combate ao desmatamento e à degradação de florestas, uma das maiores causas de emissão de gases causadores de efeito estufa.

Na COP-19, decidiu-se também estabelecer um mecanismo internacional para proteger populações mais vulneráveis de perdas causadas por desastres naturais, especialmente os relacionados ao aumento do nível da água do mar, uma das principais consequências do aquecimento global. A expectativa é que o mecanismo seja implementado a partir do ano que vem.

Edição: Davi Oliveira

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