Governo venezuelano iniciou diálogo com líder da oposição, diz chanceler

Publicado em 07/06/2017 - 07:31 Por Da Agência EFE - Caracas

O governo do presidente Nicolás Maduro iniciou diálogo com o líder de oposição Leopoldo López, preso há mais de três anos em uma unidade militar, informou nessa terça-feira (6) a chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez.

"Queremos informar que iniciamos um diálogo com o senhor Leopoldo López", disse a ministra, durante um ato com militares em Caracas, dois dias depois da divulgação de um encontro seu com o fundador do partido Vontade Popular (VP), na prisão militar onde cumpre pena. A informação é da Agência EFE.

A realização do encontro, do qual participou também o ex-chefe de governo da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero e o prefeito do munícipio de Libertador, Jorge Rodríguez, foi confirmada no domingo (4) por Lilian Tintori, esposa de López.

Ela disse que a detenção domiciliar foi um dos assuntos apresentados a López durante o encontro, mas ressaltou que o dirigente "jamais vai negociar sua liberdade", porque o mais importante é "a liberdade da Venezuela".

Delcy Rodríguez advertiu a esposa de López que está à espera de que "voltem a dizer hoje que é mentira, porque o país inteiro saberá, por meio de cadeia nacional, a verdade a respeito".

"Não se pode ter um exercício da política, de forma tão pueril, tão imatura, tão irresponsável", acrescentou a chanceler.

Leopoldo López foi preso em fevereiro de 2014 e declarado culpado pela violência ocorrida durante uma marcha contra o governo, convocada por ele e outros dirigentes, na qual morreram três pessoas. A manifestação abriu uma onda de protestos, durante quatro meses, que deixou 43 mortos.

Após ser condenado em 2015, o procurador que fez a acusação, Franklin Nieves, fugiu da Venezuela e assegurou que López era inocente e que tinha sido obrigado a fabricar provas contra ele.

Desde a sua condenação, o deputado Diosdado Cabello, um dos homens mais importantes do chavismo, pediu que López seja alvo de novo processo, desta vez por homicídio, atribuindo-lhe a responsabilidade pelas mortes ocorridas durante a marcha.

Edição: Graça Adjuto

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