Em discurso de despedida, Cabral ressalta políticas de segurança

Publicado em 04/04/2014 - 13:12 Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Sérgio Cabral transmite o cargo de governador a Luiz Fernando Pezão. O ex-governador Sérgio Cabral sai para concorrer ao Senado nas próximas eleições (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Sérgio Cabral transmite o cargo de governador a Luiz Fernando PezãoTomaz Silva/Agência Brasil

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que renunciou ontem (3) ao cargo, ressaltou em discurso de despedida as políticas de segurança pública do seu governo, com destaque para a instalação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a parceria com o governo federal nas ocupações de comunidades e o envio de lideranças criminosas para presídios federais em outros estados.

“Quantas comunidades foram libertadas? Comunidades que cresceram sob o jugo do poder paralelo. As unidades de Polícia Pacificadora não são um fim de si mesmo, nem nascem por acaso, mas dentro de um processo de mudança de conceito. Essa mudança levou o Rio a ganhar respeitabilidade nacional e internacional”, disse o ex-governador.

O ex-governador renunciou na data limite prevista pela legislação eleitoral para descompatibilização de candidatos com cargos públicos. Ele não deixou claro, no entanto, para que cargo vai concorrer. “Coloco meu nome à disposição dos nossos aliados, do nosso partido, da nossa base. Meu nome é colocado, a partir de hoje, em nome de uma causa e essa causa se chama: avançar”, disse.

Depois de sete anos e três meses como governador do estado, Cabral lembrou também a ocupação do Complexo da Maré pelas forças armadas e disse que sempre lutou contra a indicação política para cargos na segurança pública.

“Acabamos com algo nefasto que tomava conta desse estado durante décadas, que deteriorava a qualidade do serviço público no nosso estado. Servidores públicos batiam a porta dos poderes da ocasião para a escolher os comandantes de batalhões, os delegados titulares, quem seria promovido. Esse hábito estava incrustado dentro da política do estado. Nós rompemos com isso”, disse Cabral.

Cabral falou ainda sobre a contratação de 70 mil servidores públicos por concurso, a união de forças do Rio com União e municípios, a luta contra a perda de royalties de petróleo prevista pela nova legislação do setor e a atração de empresas para o estado, além da reforma do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, que custou cerca de R$ 1 bilhão.

A cerimônia de transmissão de cargo ocorreu no Palácio Guanabara, depois do governador Luiz Fernando Pezão assumir oficialmente na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). O policiamento era reforçado em todo o bairro das Laranjeiras, na zona sul da cidade, onde fica o palácio-sede do governo. Grupos de policiais eram vistos em praças e esquinas, equipados com proteção e armas não letais usadas em manifestações. Até o final da manhã, no entanto, nenhum protesto foi registrado.
 

Edição: Denise Griesinger

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