Graça Foster volta a apontar falhas de resumo executivo ao depor em CPI

Publicado em 27/05/2014 - 12:36 Por Karine Melo - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Sem apresentar novidades, a presidenta da Petrobras, Graça Foster continua sendo ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga irregularidades na estatal. Tal como nas outras duas vezes em que esteve no Congresso - uma no Senado e outra na Câmara - a executiva voltou a apontar falhas no resumo executivo apresentado ao Conselho de Administração da estatal na reunião que aprovou a compra de 50% da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado ouve a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Graça Foster disse na CPI da Petrobras que a omissão de duas cláusulas do contrato tiveram influência na decisão de comprar a refinaria nos Estados Unidos Antonio Cruz/Agência Brasil

Para Graça Foster, as cláusulas- Marlim e Put Option - que não constavam do resumo executivo tratando da compra da refinaria "são extremamente importantes" para a decisão sobre Pasadena. A primeira assegurava à Astra Oil, que era sócia da Petrobras no negócio, uma rentabilidade mínima de 6,9% ao ano. Já a Put Option, ou opção de venda, obrigava a Petrobras a comprar a participação da Astra em caso de conflito entre os sócios.

“À luz da situação atual, é fato que hoje não foi um bom negócio”, disse Graça Foster. “No futuro próximo, é possível que haja melhoria [na lucratividade do negócio], mas não seria feito de novo”, afirmou.

Sobre a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Graça Foster reconheceu que a obra está com três anos de atraso. Segundo ela, a projeção de custo da refinaria está em US$18,4 bilhões. "Não seria possível construir Abreu e Lima por US$ 2,4 bilhões", garantiu.

O depoimento segue com o quórum esvaziado, com a presença de apenas quatro dos 13 titulares, dos quais nenhum representante da oposição, que abriu mão de participar da comissão exclusiva do Senado para aguardar a instalação de uma CPI Mista – composta por deputados e senadores - que consideram mais equilibrada para investigar irregularidades na estatal. A CPMI deve ser instalada amanhã (28).

Edição: Davi Oliveira

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