Ideli: Copa não deve causar pânico em relação a casos de exploração sexual

Publicado em 27/05/2014 - 13:01 Por Carolina Gonçalves-Repórter da Agência Brasil - Brasília

 A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, concede entrevista no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, disse que a Copa do Mundo não deve levar ao aumento da exploração sexual de crianças e adolescentesArquivo/Agência Brasil

A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, disse hoje (27) que a Copa do Mundo não deve levar ao aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes no país. Segundo ela, a expectativa pela chegada de turistas estrangeiros para o Mundial não deve ser motivo de “pânico”, pois outros eventos do calendário nacional atraem número ainda maior de pessoas de outros países.

“São eventos que Brasil faz todo ano”, destacou, ao elencar a Parada LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros) em São Paulo, o carnaval em Salvador e no Rio de Janeiro, o réveillon carioca e o Círio de Nazaré, em Belém. “Precisamos ter clareza que sob alguns aspectos a Copa não tem que ficar causando esse pânico porque o Brasil tem estrutura para dar conta de grandes eventos.”

O assunto foi debatido em um seminário, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, marcado para discutir o impacto das grandes obras na incidência deste tipo de crime. No debate, Ideli Salvatti voltou a destacar resultados do Disque 100 e ações de fortalecimento de conselhos tutelares. A ministra reiterou que serão contratados 25% mais atendentes do Disque 100 para reforçar o serviço no período da Copa. Atualmente, 300 pessoas fazem parte da equipe. Além disso, o governo vai entregar 2 mil equipamentos para fortalecer o trabalho dos 5.933 conselhos tutelares do país.

Ideli Salvatti ressaltou ainda que a população precisa participar dessa rede de proteção, denunciando casos de abuso. “É um crime difícil de combater porque, na maioria das vezes, ocorrem dentro de casa. A vizinhança e os professores são agentes importantes”, completou.

A presidenta da CPI, deputada Erika Kokay (PT-DF), provocou o debate sobre os casos envolvendo crianças e adolescentes em municípios onde ocorrem grandes obras como o da Hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho (RO). Segundo ela, nessas cidades a população masculina quase triplica no período das construções e, em audiências anteriores do colegiado (criado em fevereiro de 2012), foi possível constatar que há relação entre esses empreendimentos e o aumento de registros da prática criminosa.

“Os casos de estupro aumentaram mais de 200% em Santo Antônio. Há um deslocamento das rotas que passam a ter novos destinos com essas obras”, explicou. Erika Kokay informou que a CPI vai propor um marco legal a fim de estabelecer condicionantes para as grandes obras, propondo que os responsáveis se comprometam a fortalecer conselhos tutelares e políticas de proteção de crianças e adolescentes.

Edição: Talita Cavalcante

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