Para empresários, próximo presidente precisa flexibilizar regras trabalhistas

Publicado em 30/07/2014 - 19:32 Por Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Empresários que participaram hoje (30) da sabatina a três candidatos à Presidência da República, organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), defenderam a necessidade de propostas para solucionar os principais problemas do setor. Os candidatos Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) tiveram, cada um, um tempo para ouvir representantes da indústria e apresentar as propostas. A CNI preparou 42 estudos com diagnósticos e sugestões para o setor.

Na avaliação de Elmir Marques Gonçalves Filho, coordenador executivo da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), o mais importante no debate foi a apresentação de soluções com prazos. Ele destacou, como uma das questões que mais interessa à indústria, a flexibilização das relações trabalhistas. “Não que se reduza o que os trabalhadores conquistaram, mas que o que for fruto de negociação com os trabalhadores [seja acatado pela Justiça]”, defendeu.

O empresário mostrou-se a favor, ainda, da ampliação das atividades que podem ser terceirizadas. “[Do jeito que está] é muito rígido. Vamos supor que você tem uma empresa da construção civil. Tem uma obra, choveu e atrasou o cronograma. Você não pode contratar uma empresa terceirizada que ajude a cumprir o cronograma. Hoje não se permite terceirizar atividade-fim”, comentou.

A flexibilização das relações trabalhistas faz parte das questões consideradas importantes pela CNI, que informou ter encaminhado os 42 estudos aos candidatos à Presidência da República. O ponto também é visto como crucial pelo empresário Cláudio Bier, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). “O principal foco é essa relação trabalhista. Está muito difícil para as empresas, principalmente as médias e pequenas”, disse.

O empresário citou ainda a burocracia que, segundo ele, é “estonteante” e também foi apresentada como preocupação pela CNI. Na avaliação dele, os três candidatos se saíram bem na sabatina. “Os três, na minha opinião, demonstraram muito conhecimento dos temas. A presidenta [Dilma Rousseff] teve que explicar algumas coisas. É natural, porque ela está no governo”, ressaltou.

Na visão de Sebastião Guerreiro, presidente do Sindicado das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Manaus, a reforma tributária e a questão das relações de trabalho são as principais medidas esperadas do próximo presidente. “[A reforma tributária é necessária] para alcançar algo que corresponda ao nível [de tributos] dos Estados Unidos e México”, defendeu ele, que citou ainda “as dificuldades e alto número de reclamações trabalhistas”.

A CNI convidou para a sabatina os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto.

Edição: Carolina Pimentel

Últimas notícias