Eduardo Campos defende inovação do setor industrial para combater desemprego

Publicado em 07/08/2014 - 14:00 Por Marli Moreira e Mariana Jungmann – Repórteres da Agência Brasil - São Paulo e Brasília
Atualizado em 07/08/2014 - 22:22

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O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, defendeu hoje (7) medidas de curto prazo para tentar reverter o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Uma das medidas que pretende adotar, se for eleito, é redirecionar o foco das linhas de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fortalecer a capacidade de produção industrial, disse em encontro com executivos ligados à Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).

O candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos

O candidato do PSB cumpre hoje compromissos 

em São Paulo Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Estamos vivendo um processo de desindustrialização, e os melhores empregos no Brasil estão sendo perdidos. Só no último semestre, a indústria de bens de capital, formada pelas fábricas que fazem as fábricas, reduziu em 30% suas vendas. É uma situação de UTI, e precisamos ter medidas de curtíssimo prazo e de médio e longo prazos para salvar a indústria brasileira”, disse Campos em entrevista coletiva.

O candidato comparou a idade média das máquinas nas empresas brasileiras com as dos com os Estados Unidos. Segundo ele, no Brasil, a média é 17 anos e, nas companhias americanas, sete. Sem investir na área produtiva, o Brasil vai “continuar derretendo empregos”, afirmou.

Campos disse que a economia do país só vai deslanchar quando a competitividade aumentar e que, para isso, o BNDES tem papel fundamental, no sentido de fomentar a renovação do parque fabril. Para ele, essa função foi alterada pela escassez de recursos que se seguiu logo após a crise financeira mundial,  em 2008. No entanto, advertiu que é necessário buscar novos canais para o crédito necessário ao investimento no setor privado.

Embora tenha sido aplaudido em alguns momentos como, quando defendeu uma política desoneração, o candidato deixou no ar algumas respostas sobre medidas que pretende tomar para estancar juros e dar equilíbrio às oscilações cambiais. “Não se baixa juro por decreto”, afirmou Campos, deixando subentendido que esta é uma questão a ser ajustada pelo próprio mercado.

Para ele, o equilíbrio pode surgir, naturalmente, de um avanço econômico com base no índice de confiança em medidas de longo prazo. ”Uma boa governança macroeconômica colocará o câmbio no lugar certo”, disse o candidato, que destacou ainda a necessidade de criação de novos nichos de negociação externa seguindo a tendência mundial de acordos bilaterais.

Logo em seguida, Eduardo Campos dirigiu-se à sede da Fundação Abrinq para a assinatura do Termo de Compromisso do Projeto Presidente Amigo da Criança. Esse documento tem o objetivo de incentivar os candidatos a adotar políticas públicas destinadas a melhorar as condições de vida de crianças e adolescentes. Nesta campanha, ele é o segundo presidenciável a assinar o compromisso. O primeiro foi  Eduardo Jorge, candidato do PV.

Em Salvador, o candidato destacou a necessidade da criação de uma regra de transição para atender as empresas que começam a crescer e saem dos limites do Simples. “O microempresário no Brasil vive um dilema: se você crescer você cai em um fosso, em um vale em que você fica desabrigado. Precisa ter um sistema tributário que mantenha a filosofia, os valores do Simples, mas que estimule o crescimento, para que quando você cresça não seja penalizado”, disse. Na capital baiana, Campos fez uma caminhada contra o racismo no Pelourinho e teve encontro com jovens.

* Texto atualizado às 22h22 para acréscimo de informações

Edição: Nádia Franco

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