Desafios de segundo mandato de Jatene envolvem melhorias de serviços públicos

Publicado em 27/10/2014 - 23:24 Por Paulo Victor Chagas – Enviado Especial da Agência Brasil/EBC - Belém

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Moradores de Soure (PA), Elineide Lobato dos Santos e Fabrício Ricardo da Silva viajaram hoje (27) por cerca cinco horas pela Baía de Marajó, no Pará, com destino a Belém, a fim de receber a Bolsa Maternidade da quarta filha, recém-nascida. Eles fazem essa viagem sempre que enfrentam dificuldades na prestação dos serviços públicos do município.

Belém - Paraences falam dos problemas do estado e do que gostariam que o novo governo melhorasse

Elineide Lobato viajou com o marido cerca cinco horas para receber a Bolsa Maternidade da quarta filha, recém-nascida Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Minha bebezinha quebrou o braço, aí a gente teve que vir para cá, porque não tem essas coisas, esses médicos, né?”, disse Elineide à Agência Brasil. “Quando eu fui ganhar ela, eu sentia muita cólica, e não tinha remédio para me aplicar”, ressaltou, segurando a filha no colo. Ela considera a educação como o principal desafio do segundo mandato de Simão Jatene, reeleito governador do Pará.

Fabrício reclama de poucas vagas de emprego na região. Ele é pescador de camarão e ganha cerca de R$ 400 por mês. Quando do período do defeso, em que atividades de caça e pesca são proibidas para permitir a reprodução das espécies, recebe um seguro de um salário mínimo por mês.

A mesma preocupação tem dona Sulanita dos Santos Cardoso, de 64 anos, pois seu filho está há três anos sem conseguir um emprego fixo. Ela mora em Abaetetuba e pede que a saúde seja priorizada pelo governo recém-reeleito. “Lá eles fazem só botar uma atadura no braço para te imobilizar e te mandam para Belém”, disse Renato Santos Cardoso, filho de dona Sulanita. “Ele faz muitas coisas boas para cá, para esses lados, mas lá em Abaetetuba não se vê nada, nada, nada...”, diz a aposentada, referindo-se à cidade onde mora.

Apesar de trabalhar como vendedora de uma loja, Raquel Cardoso, filha de dona Sulanita, queixa-se das poucas vagas de emprego na região. Raquel disse que vai começar um curso de soldadora e, depois, pretende procurar oportunidade em outras cidades e tentar cursar o ensino superior. “Para pegar um emprego lá, tem que ter um peixe grande para puxar o outro lá para dentro, senão não arruma de jeito nenhum. Ele [meu filho] fez o curso de vigilante, mas nada[de trabalho]”, disse.

A segurança é algo que tem faltado em algumas regiões do estado, ressaltou Willian Rosa. Conhecido como Zulu, ele é casado com Dayana Oliveira, descendente dos índios ipixunas, e mora na Ilha de Marajó. “A maior dificuldade hoje em dia no estado do Pará é a segurança. Ninguém anda com segurança mais. Você não pode botar uma carteira, andar com uma roupa boa que a galera quer te roubar”, disse.

Belém - Paraences falam dos problemas do estado e do que gostariam que o novo governo melhorasse

Willian Rosa cobra melhorias na área de segurança: " Você não pode botar uma carteira, andar com uma roupa boa que a galera quer te roubar".Tânia Rêgo/Agência Brasil

Sábado (25), perguntado pela Agência Brasil sobre as principais queixas dos paraenses em relação aos serviços públicos no estado, Jatene disse que todos os índices do seu governo são melhores do que os de quatro anos atrás. O governador concorda com a necessidade da descentralização da presença do estado na vida da população, por isso promete criar neste segundo mandato os chamados centros regionais de Governo.

Além de citar um pacto pela educação, que vai investir na infraestrutura das escolas e na interação do aprendizado, o governador também enumerou os hospitais regionais que foram criados na atual gestão e exemplificou que o hospital municipal de Parauapebas está com a “construção praticamente pronta”, dependendo apenas dos ajustes que o permitirão ser gerido por uma organização social e atenderá a casos de média e alta complexidade.

Edição: Aécio Amado

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