Eleitores do Pará expõem rivalidade nas ruas da capital

Publicado em 25/10/2014 - 16:18 Por Paulo Victor Chagas - Enviado Especial da Agência Brasil/EBC - Belém

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Os moradores de Belém que saíam do tradicional mercado Ver-o-Peso, e atravessavam hoje (25) a Praça do Relógio viam um exemplo do acirramento da disputa para o governo do Pará. De um lado pessoas vestidas de amarelo e portando bandeiras do candidato preferido. No outro, era o lugar do azul.

Os dois candidatos a governador travam voto a voto a preferência do eleitorado, que nitidamente está dividido no estado. Helder Barbalho, do PMDB, concorre com o atual governador, Simão Jatene, uma eleição que precisou esperar os quase 100% das urnas apuradas para que se pudesse declarar segundo turno, pois um dos dois ainda poderia ser eleito no primeiro páreo. O Pemedebista teve 49,88% dos votos, contra 48,48% do tucano, diferença de somente 50 mil votos.

Militantes dos dois candidatos ao governo do Pará se encontram na região central de Belém e sem conflito disputam os eleitores indecisos (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Militantes dos dois candidatos ao governo do Pará se encontram na região central de Belém e sem conflito disputam os eleitores indecisosTânia Rêgo/Agência Brasil

Dessa forma, amanheceu Belém um dia antes da definição. Paraenses ouvidos pela Agência Brasil testemunharam a rivalidade por que passa o estado. Muitos já têm candidato definido.

O lado amarelo priorizou os foguetes para chamar a atenção dos cidadãos que passava pelas ruas. Os correligionários distribuíam bandeiras, entregavam panfletos e expunham a opinião em uma kombi e pequenos carros de som.

O lado azul escolheu o carimbó, manifestação cultural do estado que no último mês foi declarada patrimônio cultural imaterial do Brasil, para atrair a preferência dos eleitores. Ambas as cores intensificaram as militâncias nas últimas semanas, quando foi anunciado o segundo turno, e, neste sábado, a escolha foi por pontos centrais da cidade. Desde as 8h, as pessoas que trabalham para cada uma das coligações, e também voluntários, distribuem materiais dos seus candidatos na busca pelos votos que possam definir a disputa.

O mais importante para alguns deles, é a disputa sadia. Edilson dos Santos é funcionário público aposentado e disse que escolheu por conta própria distribuir material em favor do seu candidato. Para ele, as eleições deste ano fizeram com que o povo fosse às ruas manifestar a sua preferência. “Não podemos expor aqui o mal de um e beneficiando o outro, temos que expor a verdade, o que realmente está acontecendo no estado, não tentando denegrir a imagem do outro candidato querendo beneficiar o meu lado”, afirmou.

Marcos Fonteles tem 54 anos e é presidente estadual de uma entidade sindical, e avalia que a peculiaridade desta polarização, também no âmbito nacional, será benéfica. “Acho que é uma novidade, isso é importante porque a vitória nessa situação é mais significativa. Ela coloca uma responsabilidade muito maior no eleito”, disse.

Zilmar Carvalho, presidente da Associação dos Ambulantes do Centro Comercial de Belém, apoia um dos candidatos. A ambulante de 47 anos, dos quais 28 anos dedicados à atividade, diz que grande parte dos 1.470 ambulantes da associação estão com ela, mas que o comércio é livre e que todos os candidatos, inclusive durante o primeiro turno, puderam conversar com os trabalhadores e expor sua opinião. “É uma questão de cidadania, cada um respeita o outro. Nosso trabalho aqui não é brigar politicamente, não é bater, quebrar, a gente tem um trabalho pelo trabalhador, estamos aqui defendendo nossa classe de trabalho.”

Nessa sexta-feira (24), o prefeito da cidade, Zenaldo Coutinho (PSDB), disse que as eleições devem transcorrer normalmente. “No que cabe aos entes públicos, de suporte e apoio à infraestrutura, nós estamos com a expectativa de que tudo ocorra na mais perfeita normalidade”, declarou à Agência Brasil.

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Edição: Talita Cavalcante

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