Gilberto Carvalho admite erros, mas diz que projeto vitorioso foi confirmado

Publicado em 27/10/2014 - 00:05 Por Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, admitiu que seu partido, o PT, cometeu erros nos últimos anos e disse que a legenda está fazendo uma autocrítica. Após a vitória de Dilma Rousseff para a reeleição, Carvalho disse que o PT foi “enxovalhado” por alguns setores da imprensa e disse que o partido tem sido tratado como quem “inventou a corrupção”. Apesar disso, o ministro admitiu que houveram erros.

“Ninguém mais do que nós tem feito uma autocrítica. Nós admitimos que o nosso partido acabou se assemelhando a outros, a corrupção infelizmente entrou dentro de nós, mas é como se nós tivéssemos inventado a corrupção, isso não é verdade”, disse.

Carvalho também admitiu a necessidade de voltar a ampliar o diálogo com a sociedade civil organizada e os movimentos sociais para voltar as ações do governo novamente aos excluídos. Apesar disso, ele ressaltou que o atual projeto foi vitorioso e reconhecido pela população nas urnas.

“Nós temos um projeto vitorioso que acaba de ser confirmado por milhões de votos. Quando eu falo em autocrítica, são aspectos que acabam de ser mudados. A orientação geral do governo acaba de ser legitimamente aprovada pela maioria geral do país. O que eu chamo de autocrítica são alguns elementos como a questão do diálogo com movimentos sociais, com a sociedade, que nós temos que aprimorar. O atendimento à demanda dos excluídos que nós temos que acelerar, eu cito a questão dos indígenas que nós temos que acelerar essa reforma agrária, entre outras coisas”, disse.

Gilberto Carvalho também negou que os condenados no processo do mensalão tenham sido transformado em heróis pelos correligionários do PT, conforme acusou a candidatura de oposição em alguns momentos. Ele admitiu que essas pessoas erraram, mas voltou a insistir que o que houve foi um esquema para caixa dois de campanha e não de compra de votos de parlamentares, pelo que os envolvidos foram condenados.

“O que nós fizemos foi uma insurgência contra o tratamento dado ao erro que companheiros nossos cometeram, que é um erro essencialmente de caixa dois, de recursos eleitorais, que foi transformado por uma interpretação, a nosso juízo absurda, num pagamento chamado mensalão para parlamentares da nossa base. Nós nunca negamos o erro. O que nós negamos foi a maneira como esse erro foi superlativado. Como se nunca no Brasil tivesse tido corrupção, como se nós tivéssemos inaugurado a corrupção”, disse.

No primeiro discurso após confirmada a vitória para a reeleição, a presidenta Dilma Rousseff também voltou a prometer o “combate rigoroso à corrupção”. “Terei um compromisso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo mecanismos de controle e procurando acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção”, disse Dilma.

A presidenta também voltou a falar em um plebiscito para a reforma política e disse que vai retomar o diálogo com o Congresso Nacional e a sociedade civil sobre esse tema, que deverá ser prioritário no novo mandato.

 

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Edição: Fábio Massalli

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