Temer pede apoio da base aliada no Congresso para aprovação do ajuste

Publicado em 04/05/2015 - 17:37 Por Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O vice-presidente da República, Michel Temer, é o convidado da Comissão Especial sobre a Reforma Política, para falar sobre o tema (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Para Michel Temer, sem o ajuste fiscal proposto pelo governo o corte de gastos será "muito radical"Antonio Cruz/Agência Brasil

O vice-presidente da República, Michel Temer, fez hoje (4) um apelo ao PT e aos partidos da base aliada para que se empenhem na aprovação das medidas de ajuste fiscal que tramitam no Congresso Nacional. Ele disse ter certeza de que toda a base do governo “estará convencidos e unificada” para que as duas medidas provisórias (MPs) sejam aprovadas. 

Para Michel Temer, o corte de gastos do governo será “muito radical” caso as propostas não passem pelo Congresso.

Antes de se reunir à tarde com os líderes da base aliada na Câmara e no Senado, Michel Temer convocou os jornalistas para uma entrevista. Segundo ele, as negociações para que as MPs 664 e 665 sejam aprovadas terão êxito esta semana, quando os parlamentares devem apreciar as proposições que alteram as regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.

A MP 665, que aumenta a carência para requerimentos do seguro-desemprego, abono salarial e seguro para pescadores, foi aprovada semana passada e será analisada no plenário da Câmara. A MP 664, que altera as regras para o auxílio-doença e pensão por morte, deve ser votada na comissão especial amanhã (5).

“Estou sugerindo ao PT, que tem entrosamento com trabalhadores e centrais sindicais, para que, por inteiro, se dedique à aprovação, assim como os demais partidos da base aliada”, informou o vice-presidente, que, desde o mês passado, acumula a chefia da articulação política do governo.

Temer explicou que, durante as reuniões, tem procurado convencer os empresários e trabalhadores de que a aprovação do ajuste permitirá que o país continue com uma “economia saudável e forte”.

Segundo Temer, o corte nos gastos do governo, previsto para este mês, deve ser maior caso as medidas não sejam aprovadas. “Se não houver ajuste, o contingenciamento será muito radical. Se houver ajuste, contingenciamento será muito menor”, previu.

“Tenho certeza de que o PT e os partidos da base aliada estarão convencidos e unificados. É importante que haja unidade dos votos em relação à matéria.” Temer ligou para todos os ministros, solicitando que eles conversem com os deputados para que o ajuste seja aprovado. Ele disse esperar que o PMDB vote em peso a favor das propostas. "Estou trabalhando para isso."

De acordo com o vice-presidente, embora não seja possível garantir toda a economia prevista (R$ 18 bilhões para este ano) com a edição das medidas, o governo trabalha com o “ajuste viável neste momento”. “As negociações estão em curso. Fizemos muitas reuniões. Os bons resultados devem se concretizar amanhã”, disse Michel Temer.

Líder do PT na Câmara, o deputado Sibá Machado (AC) disse que a bancada está "prontíssisma" para votar e aprovar as duas propostas. Machado adiantou que os principais pontos de dúvida foram sanados e, por isso, o partido está unido e otimista com a aprovação das medidas provisórias. 

Edição: Armando Cardoso

Últimas notícias