Lava Jato: Sérgio Moro determina abertura de inquérito para investigar Palocci

Publicado em 15/06/2015 - 21:56 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Atualizado em 16/06/2015 - 11:08

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato - que apura pagamento de propina e fraudes na Petrobras- na primeira instância, determinou que a Polícia Federal abra inquérito para investigar o ex-ministro Antônio Palocci.

O magistrado atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) para aprofundar as investigações, remetidas em maio à Justiça Federal em Curitiba, após decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou abertura de investigação no Supremo.

"Intime-se a autoridade policial para que instaure inquérito policial, por dependência a estes autos, destinado a aprofundar as investigações sobre os fatos constantes do presente procedimento. Em 15 dias deverá indicar nestes autos o número que tomou o novo inquérito”, decidiu o juiz.

As suspeitas sobre Palocci surgiram a partir de depoimento de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Na ocasião, o ex-diretor disse que foi procurado pelo doleiro Alberto Youssef para repassar R$ 2 milhões do "caixa do PP" para financiar a campanha de 2010 da presidenta Dilma Rousseff à Presidência da República, a pedido de Palocci.

No depoimento, o ex-diretor disse acreditar que Palocci não ocupava nenhum cargo no governo federal quando fez a solicitação. Costa declarou ainda não ter certeza se o pedido foi feito pessoalmente por Palocci ou por um assessor dele. As declarações de Costa, no entanto, não foram confirmadas por Youssef, também delator da Lava Jato.

Em maio, ao julgar o pedido da PGR, Zavascki seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decidiu que não havia indícios que envolvam Dilma. Dessa forma, o ministro remeteu a parte da investigação que envolve Palocci para a Justiça Federal no Paraná, pois o ex-ministro não tem foro privilegiado.

A defesa de Palocci sustenta que os delatores não dizem a verdade e que o ex-ministro não tem envolvimento com os fatos investigados na Lava Jato. Os advogados de Palocci pedem reiteradamente acesso à investigação e apontam vazamentos ilícitos para a imprensa.

“Urge que esse douto Juízo, que por força do controle jurisdicional das investigações, tem o domínio desses fatos, expeça provisão para restabelecer a ordem jurídica violada e assegure os direitos fundamentais do investigado”, argumenta a defesa na ação.

Edição: Stênio Ribeiro

Últimas notícias