Crianças e adolescentes reúnem-se para discutir direitos humanos

Publicado em 10/07/2015 - 17:35 Por Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil - Brasília


Crianças, adolescentes e representantes de diversos segmentos da sociedade civil reuniram-se hoje (9), em um hotel de Brasília, para trocar experiências e discutir o cenário de promoção e defesa dos direitos da população infantojuvenil.

São 27 crianças e adolescentes representantes dos 26 estados e do Distrito Federal, além de 11 representantes de ciganos, quilombolas, indígenas, menores em cumprimento de medidas socioeducativas e outros.

O evento, que termina amanhã (10), ocorre às vésperas do aniversário de 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, em um contexto de discussões sobre a redução da maioridade penal.

Integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, José Carlos Sturza de Moraes disse que há um esforço em escutar essas vozes de diferentes lugares e segmentos sociais. “É importante para perceber quais as vulnerabilidades e violações que eles vivem ou das quais tomam conhecimento em seus estados.”

Emanuel Mendes Moreira, de 14 anos, veio de Santa Rita, na Paraíba, para participar do evento. Ele é integrante do grupo Protagonismo, que troca experiências sobre os problemas dos jovens de municípios paraibanos. “Estamos todos por um objetivo só, estamos tentando solucionar um problema que não é só nosso, é do Brasil”, disse Emanuel.

Além de participar de dinâmicas em grupo e de rodas de conversa, o grupo fez uma visita, na manhã de hoje, à Câmara dos Deputados. Para José Carlos Moraes, essas vivências são muito importantes, pois permitem que os adolescentes possam aprender a partir das diversidades culturais brasileiras.

As atividades fazem parte da preparação da 10ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos das Crianças e Adolescentes, marcada para o ano que vem, que contará com um terço de representantes menores de idade.

“Precisamos fazer políticas públicas com crianças e adolescentes e não para eles. Precisamos exercitar a nossa autocrítica em relação ao adultocentrismo”, concluiu José Carlos.

Carolina Nunes Diniz, também de 18 anos, e representante do movimento Enegrecer, ressalta que é fundamental que os jovens estejam articulados em um momento como este, em que se discute a redução da maioridade penal. “Uma ameaça paira sobre a juventude negra, pobre, moradora da periferia, que sempre foi marginalizada e discriminada. Essas pessoas precisam de educação, não precisam de cadeia”, afrimou.

Edição: Beto Coura

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