Cunha diz que inflação vai cair e aponta risco de retração da economia

Publicado em 08/07/2015 - 12:58 Por Luana Lourenço e Carolina Gonçalves - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

O vice-presidente da República, Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, participam da Homenagem Póstuma ao ex-deputado Paes de Andrade (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Cunha: Programa de Proteção do Emprego foi lançado para evitar retração da economiaAntonio Cruz/Agência Brasil


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (8) que, apesar da alta da inflação nos últimos 12 meses, a queda do índice é uma certeza, e o que preocupa é o risco de retração total da economia no futuro. “Não há duvida sobre isso [queda da inflação] porque não tem inflação de demanda, mas de preço administrado, e os preços já foram corrigidos”, acrescentou.

Segundo Cunha, o que preocupa é o conjunto da economia. “O conjunto da retração da economia [necessário] não é benefício para o país. Tanto o governo sabe disso que lançou o Programa de Proteção do Emprego”, afirmou Cunha.

Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostrando o mais elevado índice acumulado em 12 meses, desde dezembro de 2003. Segundo o levantamento, a inflação no período encerrado em junho último, chegou a 8,89%. Em 2003, foi 9,30%.

O presidente do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, participa da Homenagem Póstuma ao ex-deputado Paes de Andrade, na Câmara dos Deputados (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Temer  diz  que  medidas  fiscais  reverterão

quadro econômicoAntonio Cruz/Agência Brasil

O presidente da República em exercício, Michel Temer, disse que o governo acredita que a má situação econômica será revertida em “breve tempo”. Ele preferiu não arriscar se essa melhora ocorrerá ainda neste ano. Temer, que estava na Câmara participando de uma homenagem ao ex-deputado Paes de Andrade, explicou que o cenário econômico apontado pelo IBGE foi o que motivou as medidas adotadas recentemente pelo governo. “Por isso é que o governo está cuidando de fazer um ajuste fiscal e econômico, exatamente tendo em vista essas circunstâncias.”

Temer acrescentou que o governo não ignora as dificuldades em relação à economia e considera esses obstáculos transitórios. “Essas medidas todas que estão sendo tomadas pelo Executivo, volto a dizer, com o apoio explícito do Congresso Nacional, é que reverterão essa tendência. Não tenho a menor dúvida disso.”

Para o presidente nacional do DEM, Agripino Maia (RN), um dos principais motivos para os índices de inflação estarem nos atuais níveis é a falta de credibilidade do governo Dilma Rousseff, no cenário nacional e internacional. “A inflação do Brasil, infelizmente, está resistindo ao grande e único remédio que o governo do PT vem aplicando: a elevação da taxa de juros. Mesmo assim, a inflação não cede porque está faltando o principal remédio para conter a elevação de preços, que é a credibilidade de governo.”

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), rebateu a crítica e disse que o governo está trabalhando e que a base fez tudo o que foi pedido para ajudar na tramitação das medidas enviadas ao Congresso. Segundo ele, a votação do ajuste fiscal deve ser concluída nos próximos dias. “A agenda agora é outra. É o emprego, o crescimento, é aquilo que estamos trabalhando para virar essa página do ajuste.”

Edição: Marcos Chagas

Últimas notícias