Defesa de ex-diretor da Petrobras vai apresentar habeas corpus na próxima semana

Publicado em 03/07/2015 - 15:56 Por Cristina Indio Do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O advogado Eduardo de Moraes, que defende o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, está analisando os documentos anexados ao decreto de prisão preventiva do seu cliente, detido desde ontem (2) à tarde na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Moraes disse à  Agência Brasil que, somente com a avaliação desses documentos poderá preparar o pedido de habeas corpus que será encaminhado à Justiça no máximo até terça-feira (7).

“O único remédio, neste momento, é o habeas corpus para ele poder se defender em liberdade”, afirmou Moraes. Ele informou que seu irmão, o advogado Renato de Moraes, que também defende Zelada, vai domingo (5) para Curitiba onde fará um atendimento ao cliente antes de dar entrada no habeas corpus na Justiça paranaense.

“No meu entender, não há necessidade de mantê-lo preso, nem o Renato Duque [ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras] nem o Cerveró [ex-diretor da Área Internacional da empresa, Nestor Cerveró]. Não há a mínima necessidade, mas infelizmente tem sido o entendimento do juiz e esse entendimento tem sido acolhido pelos tribunais”, explicou Eduardo de Moraes. Ele reconheceu que esta é uma etapa difícil na defesa de Zelada. “É uma guerra que estamos enfrentando, mas vamos tentar reverter o quadro."

A indicação no processo de apuração da Operação Lava Jato contra Zelada de que ele mantém duas contas em Mônaco é um mérito da acusação do Ministério Público, mas não justifica a prisão de ninguém, disse o advogado. Segundo ele, ainda vai ser apurado se houve esse crime, se existe essa conta no exterior, ou não. "Isso aí é o mérito", explicou o advogado. Ele lembrou que a pessoa não pode sofrer uma antecipação de pena, que é direito de qualquer indivíduo responder ao processo em liberdade. “De acordo com a acusação, uma das contas, supostamente, seria de Zelada e em outra ele seria beneficiário."

Para o advogado, a prisão é uma exceção, e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, está transformando a prisão em regra. “A pessoa tem que oferecer algum risco à sociedade estando em liberdade e, a meu ver, Jorge Zelada não oferece nenhum risco. Ele foi preso em casa, não viaja e pode responder ao processo em liberdade.” 

Zelada foi preso ontem (2) de manhã, em sua casa no Rio de Janeiro em cumprimento a um mandado de prisão da décima quinta fase da Operação Lava Jato, chamada de Conexão Mônaco. Segundo a Polícia Federal, o foco das investigações é o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito da Diretoria da Área Internacional da Petrobras. Nesta etapa, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão – três no Rio de Janeiro e um em Niterói, na região metropolitana. 

De acordo com a PF os investigados responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Edição: Valéria Aguiar

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