Ex-diretor da Petrobras é transferido para Curitiba

Publicado em 02/07/2015 - 18:36 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada foi transferido hoje (2) à tarde para a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal. Zelada foi preso pela manhã, no Rio de Janeiro, durante na décima quinta fase da Operação Lava Jato, denominada Operação Mônaco. Ele foi citado por delatores presos nas fases anteriores da operação. 

A defesa de Zelada informou que amanhã (3) ou segunda-feira entrará com pedido de habeas corpus para libertá-lo. O advogado Eduardo Moraes disse à Agência Brasil que o decreto de prisão preventiva de Zelada faz referências a documentos de que ele não tem conhecimento e, por isso, precisa avaliar os autos do processo.

“O decreto faz referência, por exemplo, a um relatório da Ouvidoria da Petrobras. Não tive acesso a ele. O juiz faz referência a alguns documentos a que o escritório não teve acesso. Só poderemos entrar com o habeas corpus depois de ter acesso a toda documentação”, explicou.

O advogado afirmou que o acesso aos autos é um direito do preso e que a defesa tem de ter total acesso a eles para poder rebater. "Com certeza, faz parte dos autos do inquérito policial esse procedimento. É direito de defesa. O advogado tem de ter acesso integral.”

Eduardo de Moraes criticou a prisão preventiva de Zelada. Para ele, no curso de um processo ou de um inquérito, a prisão tem de ser decretada se houver necessidade. Moraes destacou que esses  casos são quando a pessoa em liberdade pode oferecer risco à sociedade, negar-se à aplicação da lei penal ou comprometer a instrução criminal. "Tem de ter um motivo para a pessoa ser presa. No caso do Jorge Zelada, não há motivo algum.”

O advogado acrescentou que Zelada foi preso em casa, depois de ter o nome veiculado pela imprensa por três meses. “Mesmo assim, ele não alterou o dia a dia. Estava em casa. Foi preso em casa. Então, qual a necessidade de prender uma pessoa que responderá um processo sem oferecer risco à sociedade, à aplicação da lei penal?”

Moraes negou ainda que o cliente tenha contas no exterior. “Ele jamais foi citado ou intimado a prestar depoimento na Operação Lava Jato. Ele nega [ter] esta conta e sequer tinha conhecimento de que seria investigado. Então, por que iria movimentar uma conta no exterior se não era investigado?"

De acordo com a Polícia Federal, o foco das investigações é o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito da Diretoria da Área Internacional da Petrobras. Hoje de manhã, a PF cumpriu no Rio de Janeiro um mandado de prisão na capital fluminense e mais quatro de busca e apreensão, sendo três no Rio e um em Niterói, na região metropolitana.

A PF informou que os investigados responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

 

Edição: Armando Cardoso

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