Renan diz que saída para crise tem de observar limites da Constituição

Publicado em 07/07/2015 - 19:59 Por Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (7) que a atual crise política vivida pelo governo federal não pode ser “minimizada” e pode acabar “contaminando, influenciando o funcionamento de todos os setores”. No entanto, afirmou que qualquer providência deverá ser tomada observando os limites constitucionais.

Presidente do Senado, Renan Calheiros, fala sobre a criação de uma comissão para analisar maioridade penal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Congresso elogiou a entrevista de Dilma  à  Folha  de  S.Paulo Arquivo/Agência Brasil

“É importante construir saídas. E qualquer saída terá de ser construída dentro dos limites da Constituição. Não vamos silenciar jamais com qualquer saída construída fora desses limites.”

Segundo Renan, o PMDB tem garantido a governabilidade e contribuirá para a construção de uma “saída” para a crise. “O PMDB tem sido, ao longo dos tempos, o pilar da governabilidade. E ele quer, claro, colaborar para que tenhamos saídas corretas para o país, mas dentro da lei, da Constituição”, acrescentou.

O presidente do Congresso elogiou a decisão da presidenta de conceder entrevista à Folha de S.Paulo. De acordo com Renan, com isso, Dilma atende a uma cobrança da sociedade.

“A democracia exige que nós convivamos com pontos de vista da maneira mais natural possível. É importante que a presidenta fale. É fundamental que ela fale e participe do debate público. A sociedade cobra. Isso só ajuda a democracia”, explicou.

Na entrevista publicada hoje, a presidenta informou que não teme possíveis pedidos de impeachment por partidos de oposição e descartou qualquer possibilidade de renúncia. Ela ressaltou que não sente culpa, nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político, e acusou a oposição de ser “um tanto golpista”.

Além da crise política, o presidente do Congresso comentou a crise econômica e a nova medida provisória editada pelo governo para tentar evitar demissões. A MP estabelece a possibilidade de as empresas reduzirem a jornada de trabalho dos funcionários, reduzindo também os salários em até 30%. 

“Acho a MP muito importante. É uma espécie de confissão da realidade. Mais uma vez fica claro com a MP que o ajuste fiscal é recessivo, desemprega, aumenta impostos e que precisamos construir saídas para que esse momento seja ultrapassado, resolvido”, concluiu Renan Calheiros.

Edição: Armando Cardoso

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