MST faz caminhada em São Paulo e Minas por reforma agrária

Publicado em 18/08/2015 - 19:17 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Como parte da jornada nacional de ocupações e ações políticas pela terra, pela reforma agrária e pelo assentamento de todas as famílias até o fim do governo da presidenta Dilma Rousseff, trabalhadores sem terra de São Paulo e Minas Gerais iniciaram hoje (18) uma marcha reivindicando a desapropriação de algumas propriedades rurais.

De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em São Paulo,cerca de 450 pessoas de acampamentos de Serrana, Orlândia, Ribeirão Preto, Serra Azul e Restinga marcharam pela Rodovia Abrão Assed em direção à cidade de Ribeirão Preto. Eles caminharam das 6h às 10h, por 10 quilômetros (km), e pararam para descanso, devendo retomar a marcha amanhã (19), quando devem percorrer mais 15 km até a entrada da cidade, onde montarão um acampamento.

Na quinta-feira (20), o grupo encerrará a marcha no centro de Ribeirão Preto, quando se juntará a outras organizações para as manifestações contra a política econômica do governo federal e em defesa da democracia. Os trabalhadores estão mobilizados especialmente pela adjudicação (posse legal) da Fazenda Martinópolis, onde, há mais de sete anos, está montado o Acampamento Alexandra Kollontai, na cidade de Serrana.

A representante da direção nacional do MST, Kelli Mafort, disse em nota que “é gritante a situação dos trabalhadores acampados no local. Não dá mais para adiar. Já são mais de sete anos debaixo da lona preta, em péssimas condições de moradia, sem água, sem trabalho. Essas famílias têm que ser assentadas imediatamente”.

Em Minas Gerais, os trabalhadores marcharam pela Avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte, até o Palácio Tiradentes, onde, segundo o coordenador estadual do MST, Silvio Netto, foi anunciada pelo secretário de Desenvolvimento Agrário do estado. Glenio Martins, a desapropriação das três fazendas que estavam na pauta: Nova Alegria, em Felisburgo, onde aconteceu um massacre de camponeses, em 2004; Fazenda Gravatá, em Novo Cruzeiro; e Ariadnópolis, em Campo do Meio.

Netto disse que o grupo ficará acampado nas proximidades da Assembleia Legislativa de Minas Gerais até quinta-feira, dia de manifestações em favor da democracia e contra o ajuste fiscal. Apesar de reconhecer a abertura do governo estadual para o diálogo sobre as reivindicações do MST, ele disse que “somente conversa não basta”, que é preciso ações concretas.

Edição: Aécio Amado

Últimas notícias