Candidato à Presidência da Argentina confia em Dilma e na democracia brasileira

Publicado em 13/10/2015 - 20:11 Por Paulo Victor Chagas e Luana Lourenço - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

O governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli, se encontrou nesta tarde com a presidenta Dilma Rousseff e disse que ela está "muito tranquila" apesar da
situação de crise política pela qual passa o país.

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff, recebe o governador da província de Buenos Aires ,Daniel Scioli (Wilson Dias/Agência Brasil)

 Em encontro com a presidenta Dilma Rousseff, o candidato à Presidência da Argentina, Daniel Scioli afirmou ser um "fiel defensor" da governabilidade e da institucionalidadeWilson Dias/Agência Brasil

Candidato apoiado pela presidenta Cristina Kirchner, Scioli afirmou ser um "fiel defensor" da governabilidade e da institucionalidade, e disse confiar que "as instituições da República, com maturidade, vão atuar com toda responsabilidade".

"Encontrei a presidente muito tranquila e falando muito do futuro. Disse [a ela] que, muitas vezes, também vivemos, em nosso, país este triângulo midiático, judicial e político que, pela impotência de forças opositoras, de não haver chegado legitimamente ao poder, pelo voto popular, buscam deslegitimar e, logo, atacar aos governos com uma afronta popular".

Após o Supremo Tribunal Federal suspender os efeitos de uma questão de ordem do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre o rito de decisões sobre pedidos de impeachment, Cunha prometeu despachar todas as solicitações até amanhã (14).

O candidato argentino classificou essa decisão como "importante". "Por isso, eu confio que os Poderes do Brasil, vão atuar com responsabilidade e a presidente Dilma, na qual confio, vai poder desenvolver seu legítimo governo; em plenitude, suas faculdades constitucionais".

Scioli é candidato da Frente para a Vitória e está à frente nas pesquisas de intenção de voto. O primeiro turno da eleição presidencial argentina vai ocorrer no dia 25 de outubro. Ele é governador da província de Buenos Aires, mas veio encontrar Dilma como candidato à presidência.

Antes da passagem pelo Palácio do Planalto, Scioli reuniu-se esta manhã com o presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, e havia encontrado os chefes de Estado do Chile, Michele Bachelet, e da Bolívia, Evo Morales. O peronista também esteve recentemente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na capital argentina.

Segundo assessores, Scioli veio conversar com Dilma sobre a relação entre Brasil e Argentina e a importância que o candidato pretende dar ao vizinho em sua política externa caso seja eleito presidente.

O principal adversário de Scioli na disputa é o candidato de oposição Maurício Macri, da Frente Cambiemos. A eleição argentina vai marcar o fim de 12 anos de governo da família Kirchner, sob o comando de Néstor Kirchner, morto em 2010, e Cristina Kirchner. O novo presidente argentino tomará posse no dia 10 de dezembro.

"Argentina não é problema"

De acordo com o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, Dilma colocou-se à disposição de cooperar com um "futuro governo" de Scioli, caso ele ganhe as eleições.

Segundo Garcia, o atraso na oferta de acordos recíprocos entre Mercosul e União Europeia não se deve à Argentina. "Em fins de novembro, o Brasil vai entregar a proposta e, ao mesmo tempo, receber a proposta europeia. Nós vamos desfazer um pouco uma ideia que tem sido veiculada em algumas fontes de que a Argentina é um problema para o acordo com a União Europeia. Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguem têm uma posição comum e nós estamos agora esperando que os europeus deem a sua contribuição", disse.

Unasul

Mais cedo, Dilma reuniu-se com o secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, que também manifestou apoio a Dilma. O assessor da Presidência para assuntos internacionais disse que os dois conversaram sobre a presença de um observador brasileiro nas eleições da Venezuela, mas não quis adiantar os nomes dos indicados pelo Brasil.

"Nós estamos com a firme convicção de que o governo venezuelano continuará ajudando, garantindo uma observação forte da Unasul [no processo das eleições]", disse.

Edição: Fábio Massalli

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