Reunião da CPI da Petrobras é suspensa e deve voltar após votações no plenário

Publicado em 21/10/2015 - 20:42 Por Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Luiz Sérgio, durante reunião para discutir e votar o relatório final (Valter Campanato/Agência Brasil)

Reunião que analisaria o parecer de Luiz Sérgio foi suspensa com o início da ordem do diaValter Campanato/ABr

A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras destinada a analisar o parecer do relator Luiz Sérgio (PT-RJ) foi suspensa em razão do início da ordem do dia da Câmara dos Deputados.  Segundo o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), a reunião será retomada após o final da sessão plenária da Casa.

Motta disse que sua intenção é que os trabalhos sigam noite adentro para que os deputados possam discutir o relatório apresentado segunda-feira por Luiz Sérgio.

O prazo para encerramento dos trabalhos da CPI termina sexta-feira (23). Mais de 30 deputados já estão inscritos para discutir o relatório. "Eu entendo que a CPI tem de cumprir esse prazo e forçarei, dentro do âmbito das prerrogativas que eu tenho como presidente, para que a discussão possa ser hoje finalizada e a apreciação, sendo possível, faremos na noite de hoje", disse ao suspender os trabalhos.

Até o momento, o PSOL e o PSDB apresentaram votos em separado. O PSOL pede o indiciamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de outros parlamentares denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, entre eles o deputado Arthur Lira (PP-AL), e os senadores Benedito de Lira (PP-AL) e Fernando Collor (PTB-AL).

Os tucanos apresentaram um voto, de autoria do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que foi lido pelo deputado Izalci (PSDB-DF). O documento aponta o PT como principal beneficiado pelo esquema de desvio de recursos da estatal e pede o indiciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff (que presidiu o Conselho de Administração da Petrobras). Além dos dois,  os tucanos pedem o indiciamento dos ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci, Guido Mantega, Ideli Salvatti e Edison Lobão.

"[Foram] muitos votos em separado e isso, na minha avaliação, já era previsto, por que há divergência entre os partidos políticos", disse Motta.

No início da sessão, Imbassahy elaborou uma questão de ordem em que defende que os votos em separado sejam votados como relatórios paralelos, podendo, inclusive, substituir o parecer final, do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), caso este seja rejeitado. Motta disse que pretende responder ao questionamento no retorno dos trabalhos da CPI.

O deputado não descartou a possibilidade de a CPI teminar sem a aprovação de um relatório final e disse que não gosta dela. "Não gosto de descartar até porque final de CPI é imprevisível. Tem que ver a intenção de cada parlamentar, a maioria tem que ser respeitada", disse Motta. "Agora eu torço para que a CPI termine com um relatório condizente com a realidade dos nosso trabalho e que venha a contribuir com o nosso país, principalmente no combate à corrupção."

Edição: Nádia Franco

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